O cenário parece de ficção científica: gente de bata, touca, máscara e luvas movimenta-se cuidadosamente entre aquelas duas salas para não provocar alterações no ambiente totalmente controlado.
As gaiolas, onde se guardam os ratinhos, alinham-se em prateleiras, os bichos aninham-se lá dentro em rolos de papel, as etiquetas do lado de fora contam o resto da história. Na prática, resume-se à inoculação de um determinado gene e da esperança que, um dia, isso faça toda a diferença no comportamento daqueles animais – ajudando ao desenvolvimento de novas terapêuticas.
“A cura de uma doença pode não estar num destes ratinhos mas várias curas vão depender da investigação feita por várias equipas, ao longo de vários anos, nestes animais”, sublinha o director do biotério do Algarve, José Belo, 42 anos, enquanto ajeita a máscara.
A estrutura, com capacidade para dez mil animais, é a única a sul de Lisboa. E tem para já o mérito de atrair uma série de cientistas para a região.