“É pena que não ponham as pessoas em primeiro lugar”, lamentou hoje, em declarações à Lusa, o provedor da Santa Casa da Misericórdia em Faro, Candeias Neto, explicando que a cozinha havia sido alvo de uma “desbaratização um dia antes da visita da ASAE ter encontrado algumas baratas mortas no chão” e ter dado ordem de encerramento.
“Numa casa com mais de 400 anos de existência é natural que apareçam nos esgotos problemas com baratas e por essa razão, os responsáveis fazem de tempos a tempos uma acção de limpeza de desbaratização”, explicou.
Antes da ASAE ter exigido o fecho, o refeitório social servia entre “500 a 600 refeições diariamente ao almoço” compostas por sopa, segundo prato, fruta e bebida.
A alternativa provisória da Santa Casa da Misericórdia passa por servir as refeições no infantário daquela instituição, localizado junto ao Refúgio Aboim Ascensão, que apenas está habilitado a servir 80 refeições, mas que nos últimos dias serve mais de 600 almoços.
Segundo Candeias Neto, a Santa Casa está a “realizar com urgência as alterações exigidas pela ASAE”, nomeadamente no chão e paredes, para até ao “final do mês de Setembro as obras terminaram”.
O provedor da Misericórdia de Faro, que é simultaneamente o representante da União das Misericórdias no Algarve, lamenta ainda que a autarquia de Faro demore oito meses a autorizar a realização de uma obra de melhoria do telhado da ala sul da Santa Casa e refere que se “chover muito corre-se o risco de o telhado desabar antes da autorização da autarquia”.