O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, considerou esta segunda-feira que o inquérito realizado pela administração de Donald Trump às universidades portuguesas é “contrário à Constituição”. Rangel referiu que o Executivo “não podia fazer um inquérito desse tipo, porque é contrário à Constituição, o Governo português não podia fazer esse tipo de perguntas”.
O Governo português saudou ainda a posição das instituições académicas que consideraram “inadequadas e intoleráveis” as perguntas e o âmbito desse questionário. “O conselho de reitores discutiu o assunto e as perguntas, pela sua natureza, configuram uma intromissão intolerável na autonomia das instituições e na sua liberdade de investigação e da ação académica”, disse à agência Lusa Paulo Jorge Ferreira, presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. No questionário, as autoridades norte-americanas questionavam as universidades sobre o seu trabalho “com entidades associadas a partidos comunistas, socialistas, ou totalitários”, ou se receberam financiamento chinês.
O ministro português disse ainda que nada se pode fazer sobre os cortes de apoios, dado que Washington tem soberania sobre os apoios que dá.