Em resposta aos jornalistas, Luís Montenegro disse que entregou “toda a documentação” que lhe foi pedida sobre a sua casa de Espinho e criticou quem procura fazer “deturpações”. “Eu sei que há tentativas de reeditar notícias antigas e requentadas. Eu estou muito à vontade, muito tranquilo, cumpri sempre as minhas obrigações e também dei resposta às solicitações que me foram feitas”, assegurou.
As suas declarações surgem na sequência de uma notícia do jornal Expresso, que adianta que uma inspetora da Polícia Judiciária escreveu ao primeiro-ministro – em julho do ano passado – mostrando-se disponível para receber a “documentação pertinente”. Montenegro respondeu cerca de uma semana depois, garantindo estar inocente de qualquer suspeita e sublinhado que não teve acesso a benefício fiscal que não tivesse sido atribuído nos mesmos termos de qualquer cidadão e sempre “por intervenção e/ou decisão de autoridades competentes [Câmara Municipal de Espinho e Autoridade Tributária]”. “Embora tenha muita da documentação que sustenta a afirmação anterior, ninguém melhor do que essas entidades a pode facultar e explicar”, disse.
O primeiro-ministro demissionário, presente na Better Tourism Lisbon Travel Market (BTL), clarificou ainda algumas questões sobre a sua relação com Marcelo Rebelo de Sousa após a queda do Governo provocada pela moção de confiança. “O senhor Presidente da República identificou bem a questão política que suscitou a dissolução do parlamento e a marcação das eleições e transmitiu às portuguesas e aos portugueses os sentimento dele, da sua auscultação do Conselho de Estado e também dos partidos políticos”, referiu.
Luís Montenegro considerou ainda que, nas próximas eleições, vai estar em causa a confiança dos portugueses nas lideranças dos dois maiores partidos. “Para a liderança do Governo, estarão em causa dois projetos políticos, o projeto político do PS e o projeto político da Aliança Democrática (AD), e dois líderes políticos, o líder do PS e o líder da AD”, disse.