Marcelo Rebelo de Sousa sugeriu uma poda – só não disse se profunda ou superficial – no Governo socialista. Mas há mais de um mês, quando segurou João Galamba, que António Costa decidiu apostar no pousio do seu Executivo. Nem o facto de vozes, no interior do PS, recomendarem outra estratégia ao primeiro-ministro – existindo na bancada parlamentar um receio cada vez maior de que o partido possa sofrer uma enorme erosão nas europeias do próximo ano, a exemplo do que aconteceu com os socialistas espanhóis nas eleições autonómicas – faz com que haja uma mudança de tática. Até porque, ao longo de anos, ficou provado que, na política, um corte inoportuno pode ser ainda mais prejudicial do que, aparentemente, nada fazer.
O calendário de Costa é bem diferente daquele que se defende em Belém e do que uma ala socialista e a direita apreciariam. Se o secretário-geral tiver de plantar mudanças, essas poderão ocorrer apenas na entrada de 2024 e começar por um peso político, que integra o núcleo duro do chefe do Governo. Como adiantou à VISÃO uma fonte do Executivo, “com essa saída importante, com vista a um refrescamento da lista de candidatos às eleições europeias, não há motivos para que, na mesma leva, não sejam substituídos outros ministros”. “Mas só o primeiro-ministro sabe. Tudo o resto é especulação”, salvaguarda outro governante.
