O antigo ministro das Finanças confirmou, esta terça-feira, no Parlamento, que só soube da indemnização de meio milhão de euros à ex-administradora da TAP, Alexandra Reis, dez meses depois desta ter sido paga e apenas na sequências das notícias que, em dezembro de 2022, surgiram sobre o caso na comunicação social.
“Só tive conhecimento do acordo [de fevereiro de 2022] quando saiu na comunicação social”, disse João Leão, na comissão parlamentar sobre a gestão da TAP. Recorde-se que a notícia da indeminização a Alexandra Reis foi publicada, no dia 24 de dezembro de 2022, pelo Correio da Manhã.
A versão do ex-ministro vai, aliás, ao encontro do que também já tinha sido dito na Assembleia da República pelo ex-secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz, e por João Nuno Mendes, pelo secretário de Estado das Finanças.
João Leão explicou ainda que só teve conhecimento da saída de Alexandra Reis quando a mesma foi comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), desdramatizando a situação e negando terem existido quaisquer divergências com o então ministro das Finanças, Pedro Nuno Santos, responsável por este dossier.
João Leão garantiu mesmo que, “no âmbito da TAP, a nossa relação [entre Leão e Pedro Nuno Santos] foi bastante produtiva e correu bastante bem”, com “cada um focado mais nas suas áreas”. “Nas áreas que tínhamos de debater em conjunto, não houve tensão em particular”, acrescentou em resposta ao deputado do PSD Hugo Carneiro, que levantou a questão.
O antigo ministro das Finanças garantiu também que “havia um diálogo normal e frequente com as Infraestruturas”, negando as declarações do antigo chairman da TAP, Manuel Beja, que, quando foi ouvido pelo Parlamento, sugeriu que existia um mau relacionamento entre os dois ministros. “Não é a pessoa [Manuel Beja] melhor colocada para fazer observações dessa natureza. Nunca estive em nenhuma reunião com os dois em simultâneo”, afirmou.