O ministro das Infraestruturas reiterou, durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, ter sido ameaçado com muitas violência pelo ex-adjunto, Frederico Pinheiro, na noite em que lhe telefonou para o exonerar do cargo. João Galamba disse, aliás, que se algum dos dois estiver sob escuta, tem muita interesse em que a conversa seja conhecida, como forma de se perceber quem está a dizer a verdade. Esta foi uma das últimas declarações do ministro que, poucos minutos antes, tinha garantido estar em perfeita sintonia com o ministro das Finanças, Fernando Medina, e que as divergências a que se faz referência num email eram entre Medina e o ex-ministro Pedro Nuno Santos.
A sessão acabaria por ser interrompida por breves minutos a pedido de João Galamba para fumar um cigarro. “Com certeza, pela sua saúde”, respondeu de forma humorada Lacerda Sales, presidente da comissão e médico de profissão
Durante a audição na comissão parlamentar de inquérito à TAP, João Galamba foi questionado pelo deputado do PS Bruno Aragão sobre as notas retiradas pelo adjunto exonerado na reunião preparatória da audição na comissão de economia da ex-CEO da TAP com o Grupo Parlamentar do PS e que Frederico Pinheiro acusou o ministro de querer ocultar ao parlamento.
“Não há duas versões contraditórias. Há uma historia e depois há factos, provas e muitas testemunhas”, respondeu, reiterando que, desde que o seu gabinete teve conhecimento de que havia notas, “tudo o que foi feito foi no sentido de as entregar” à comissão de inquérito.
Considerando que tudo o que foi feito para tentar obter essas notas “mostra o empenho total e absoluto” do seu gabinete para tudo enviar, o ministro das Infraestruturas referiu que aquilo que foi feito foi “o contrário do que foi sugerido, que era ocultar”.
João Galamba disse que Frederico Pinheiro foi exonerado por si “com efeitos imediatos” por “comportamentos incompatíveis” porque “desobedeceu a instruções da chefe de gabinete, mentiu a colegas” ao ministro, bem como a vários colegas, não tendo atendido vários telefonemas.
O ministro justifica assim esta exoneração com o comportamento de Frederico Pinheiro nos dias que antecederam o dia 26 de abril, referindo ainda que o antigo adjunto tinha estado “a tirar muitas cópias não se sabe bem para quê” no Ministério.