Romper com o bipartidarismo, chegar aos 15% nas próximas Legislativas e, até lá, liderar a oposição: eis as linhas com que o novo presidente da Iniciativa Liberal pretende conduzir o partido. Depois de uma luta taco a taco com a parlamentar Carla Castro, o deputado Rui Rocha venceu a eleição para a presidência, neste domingo, com 51,7% dos votos da VII Convenção Nacional.
“O Governo do PS pode agarrar-se ao poder, mas está politicamente morto e fomos nós que o declarámos com a moção de censura que apresentámos”, disse, no discurso de vitória, que dedicou à família (à mulher e aos dois filhos) e ao ex-líder, que o apoiou nesta corrida. Rui Rocha prometeu dar continuidade à oposição da anterior direção ao Governo socialista, mas não foi mais meigo com os sociais democratas, que acusou de se articularem com o PS no acordo para a localização do novo aeroporto, na votação da moção de censura da IL ou no processo de revisão constitucional “que o PS e o PSD se preparam para cozinhar”.
Ainda sobre o processo de revisão constitucional, o novo presidente da IL não perdeu tempo e lançou o repto aos cerca de mil membros que assistiam à Convenção no Centro de Congressos para o acompanharem numa manifestação contra o poder do bloco central na revisão constitucional. O protesto decorrerá já em fevereiro.
Rui Rocha venceu o partido com um discurso virado para o exterior, para o país, mas inicia o mandato com um desafio inesperado num partido ainda de pequena dimensão. Foram abertas feridas, durante a reunião magna, que têm agora de ser saradas e Rocha sabe de antemão que não tem o partido todo consigo. Não o ignorou e, nas suas primeiras palavras, prometeu união.
“Convoco todos os liberais que queiram participar no futuro da IL”, referiu, acrescentando que “o partido precisa de transformação e nós vamos fazê-la de forma muito rápida, porque queremos um partido pronto para as batalhas que temos aí fora”.
“O único partido que tem a visão para trazer Portugal para um patamar diferente é a IL”, continuou o líder, fazendo notar que os liberais precisam de “transformar completamente o país”. “Não se aguenta mais estagnação, pobreza, asfixia, burocracia”.
Rui Rocha, 52 anos, nasceu em Braga, é licenciado em Direito e, até chegar à Assembleia da República, no ano passado, construiu uma carreira ligada à gestão de recursos humanos. Muito ativo nas redes sociais, já foi colunista no jornal “Novo” e agora escreve no “Expresso”. Fez parte da direção de Cotrim de Figueiredo, como vogal.
