“Em equipa vencedora não se mexe”. Por mais de uma vez se ouviu esta frase no palco da VII Convenção da Iniciativa Liberal, este fim-de-semana, no Centro de Congressos de Lisboa, proferida por apoiantes do deputado Rui Rocha. E, no final, contados os votos, de facto, em campo, permanece quase a mesma equipa, como quem diz a mesma direção. Rui Rocha foi eleito presidente da Iniciativa Liberal com 51,7% dos votos.
A lista encabeçada por Carla Castro reuniu 44,7% dos votos e a de José Cardoso 4%.
Parecia tudo feito para que esta eleição fosse um passeio no parque para o deputado, até por ter recebido o apoio de Cotrim de Figueiredo e da maioria dos dirigentes que dão a cara pelo partido, mas a adversária, Carla Castro, deu luta, durante o fim-de-semana. A equipa de Rocha – que chegara confiante ao Centro de Congressos, no sábado de manhã – passou a temer que a revolta dos militantes-base levasse a melhor e, nas últimas horas, deu o litro para convencer a Convenção de que o rumo ideal para o partido seria não mexer muito na estratégia até então seguida por Cotrim.
É isso que significa a vitória de Rui Rocha – a continuidade. Sendo que o novo líder inicia o mandato com um desafio inesperado num partido ainda de pequena dimensão. Foram abertas feridas, durante a reunião magna, que têm agora de ser saradas e Rocha sabe de antemão que não tem o partido todo consigo.
Rui Rocha, 52 anos, nasceu em Braga, é licenciado em Direito e, até chegar à Assembleia da República, no ano passado, construiu uma carreira ligada à gestão de recursos humanos. Muito ativo nas redes sociais, já foi colunista no jornal “Novo” e agora escreve no “Expresso”. Fez parte da direção de Cotrim de Figueiredo, como vogal.