O novo presidente do CDS-PP, Nuno Melo, defendeu hoje que a invasão da Ucrânia pela Rússia impõe “lições” aos países ocidentais, como a necessidade do reforço da defesa europeia e do “vínculo defensivo” com os EUA.
Melo escolheu como primeiro tema do seu discurso de posse no cargo de líder do CDS-PP a invasão da Ucrânia pela Rússia, dirigindo uma mensagem de solidariedade à embaixadora daquele país, presente no pavilhão multiusos em Guimarães, onde termina hoje o 29.º Congresso do partido.
O eurodeputado anunciou que irá entregar no Parlamento Europeu uma proposta para que “sejam dadas condições aos professores ucranianos para que possam continuar a ensinar crianças do seu país em escolas ou instalações facultadas pelos estados de acolhimento”.
Perante aplausos dos delegados, de pé, Nuno Melo enalteceu o “povo extraordinário da Ucrânia” que “todos os dias dá exemplos impressionantes na luta pela democracia e pela liberdade”.
Uma guerra na Europa no século XXI impõe cinco lições, defendeu, sendo a primeira a constatação de que “a condição da paz é ter uma defesa sólida” e que os russos perceberam a fragilidade europeia nessa matéria.
Para Nuno Melo, a NATO é assim o “melhor sistema de defesa coletiva que existe para proteger” e que, perante uma “ameaça ao espaço europeu, só a força da aliança ocidental pode travar o pior”.
O líder do CDS-PP apontou ainda a excessiva dependência energética do gás da Rússia, defendendo “pragmatismo” na resolução deste problema porque “primeiro estão as pessoas” e, por último, defendeu uma reforma do “sistema das Nações Unidas” para que não volte a ser possível que um país que invade outro violando “impunemente a Carta das Nações Unidas” possa depois “beneficiar de um direito de veto” que impede uma Resolução a condenar essa invasão.
“O mundo mudou e as Nações Unidas tem de aprender a mudar com o mundo”, declarou.
Nuno Melo subiu ao palco do Pavilhão Multiusos de Guimarães ao som da música “Another Time”, de Liqwyd, e agradeceu à mulher por não lhe “cortar os sonhos” e à família pelo sacrifício que “não vai ser pequeno”.
Sobre o futuro do partido, disse, “as pontes estão criadas” e o CDS “está hoje na oposição e amanhã na disputa pelo poder”.
SF // JPS