Covilhã, Castelo Branco, 22 mar 2022 —
“Ele era uma pessoa verdadeiramente excecional, sempre em tudo, atleta, árbitro, militar, polícia, familiar. Há pessoas que nascem para servir os outros e ele era um desses exemplos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, à saída da casa da família, no Bairro dos Penedos Altos, onde esteve cerca de 50 minutos.
Numa curta declaração, enquanto entrava no carro, o Presidente da República considerou o agente da PSP o exemplo de uma pessoa formidável.
“É uma família formidável, o Fábio Micael era formidável. Era e é, porque continua o exemplo dele, que era ser formidável”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
O agente Fábio Guerra, de 26 anos, morreu na segunda-feira, no Hospital de São José, em Lisboa, devido às “graves lesões cerebrais” sofridas na sequência das agressões de que foi alvo.
O chefe de Estado visitou também hoje a esquadra da PSP de Alfragide para apresentar as condolências aos colegas do agente, enaltecendo a forma como “cumpriu a sua missão”.
De acordo com um comunicado da PSP, o corpo do agente será trasladado pelas 14:00, hora a que sai do Instituto de Medicina Legal, em direção ao Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, em Moscavide, e daí para a Covilhã.
Segundo informação divulgada pela agência responsável pelo funeral, a chegada do corpo de Fábio Micael Serra Guerra à Covilhã está prevista para as 18:00 de quarta-feira.
O corpo será transportado para um centro funerário no centro da cidade, onde o velório é reservado à família.
O funeral está marcado para quinta-feira, às 10:30, na Igreja de São José, localizada a poucos metros da casa dos pais do agente da PSP.
O corpo será depois escoltado pelo Comando Metropolitano de Lisboa da PSP para o Cemitério da Covilhã, adianta a força policial, na mesma nota.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve na noite de segunda-feira três homens, de 24, 22 e 21 anos, suspeitos do homicídio do agente da PSP e agressões a outros quatro, na madrugada de sábado junto à discoteca MOME, em Lisboa.
Um dos suspeitos no envolvimento nas agressões, civil, foi hoje libertado após ser interrogado pelo Ministério Público, devendo os restantes dois detidos, fuzileiros da Armada, serem interrogados na quarta-feira por um juiz de instrução criminal.
Os dois fuzileiros são suspeitos do homicídio do agente e de agressões a outros quatro polícias, na madrugada de sábado, encontrando-se detidos na prisão militar de Tomar.
No sábado a PSP informou que o incidente ocorreu na madrugada desse dia, pelas 06:30, “no exterior de um estabelecimento de diversão noturna, na Avenida 24 de Julho”, tendo começado com agressões mútuas entre vários cidadãos.
Segundo relatou a PSP, no local encontravam-se “quatro polícias, fora de serviço, que imediatamente intervieram, como era sua obrigação legal”, acabando por ser agredidos violentamente por um dos grupos, formado por cerca de dez pessoas. Os outros três agentes agredidos tiveram alta hospitalar este domingo.
A Marinha divulgou também no sábado que “dois militares, do regime de contrato, da classe de Fuzileiros, envolveram-se nos confrontos, na via pública, junto de um espaço noturno, “tendo posteriormente informado as respetivas chefias” do sucedido.
AYR (IMA/AFE/JML/CC/JGO/FC/HN)//RBF
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