Scholz, que aspira a suceder, pelo Partido Social-Democrata (SPD), à conservadora Angela Merkel no lugar de chanceler da Alemanha, foi obrigado a dar explicações aos deputados alemães sobre dois escândalos financeiros que estão a ensombrar o seu mandato como ministro das Finanças.
O tema mais escalpelizado foi o caso da empresa de pagamentos ‘online’ Wirecard, que desabou em junho, após a revelação de um buraco financeiro de dois mil milhões de euros, nas suas contas.
Contudo, Olaf Scholz teve também de responder, perante o comité de finanças do Parlamento alemão, pelo escândalo que envolve um processo de evasão fiscal orquestrado por investidores, conhecido por Cum-ex, que terá custado 5,5 mil milhões de euros aos cofres do Estado, segundo estimativas oficiais.
O ministro teve de explicar em pormenor a permissão de uma dívida de um milhão de euros a favor de um banco de Hamburgo envolvido neste escândalo, o Banco Warburg, quando ele era presidente da Câmara da cidade, bem como sobre as suas ligações com o patrono desta instituição, Christian Olearius.
“Não deve haver intervenção política e tampouco houve em Hamburgo”, argumentou Scholz, perante os legisladores, antes de se declarar convencido de que os vários processos criminais em andamento permitirão “recuperar os milhares de milhões” de que os contribuintes alemães foram privados.
Perante estes esclarecimentos, o porta-voz do partido liberal FDP, Florian Toncar, exigiu que o ministro dissipe todas as dúvidas, através de uma investigação, nomeadamente “a intolerável suspeita de que o Warburg Bank possa ter beneficiado de tratamento preferencial para manter os fundos obtidos de forma criminosa”.
Estes casos estão a prejudicar a popularidade do SPD nas sondagens, pelo que o ministro se propôs reformar as regras de auditorias das empresas, para evitar casos como os que estão a ser investigados.
Scholz também defendeu mais poderes para as autoridades alemãs de regulação bancária.
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