Rui Rio e Pedro Santana Lopes estão empenhados em dar um sinal de união aos militantes do PSD e estão a negociar lugares para vários órgãos do partido. O presidente eleito e o seu adversário nas diretas de 13 de janeiro delegaram a responsabilidade das discussões nos respetivos diretores de campanha, Salvador Malheiro e João Montenegro, e Paulo Rangel é o primeiro nome a emanar deste consenso. O eurodeputado foi convidado para ocupar um dos primeiros lugares da lista conjunta ao Conselho Nacional, que será encabeçada justamente por Santana e, apurou a VISÃO, aceitou o convite – será o segundo da lista.
De acordo com fontes sociais-democratas ouvidas pela VISÃO, já existe entendimento em relação a números de indicações – os nomes só deverão ficar definidos esta sexta-feira ou mesmo no sábado, já com o 37.º Congresso em andamento -, cabendo a Rio designar dois terços da composição da lista.
Os primeiros nomes a candidatar ao órgão máximo do PSD entre congressos, contudo, terá de merecer luz verde de Rio e Santana. E foi justamente nesse quadro que se inseriu o convite a Paulo Rangel, que terá, além disso, outra leitura: um esforço de agregação no início deste novo ciclo, até porque o antigo líder parlamentar chegou a equacionar concorrer à liderança do partido. E a tese é reforçada pelo facto de Rangel, por ser eurodeputado, já ter assento, por inerência, naquelas reuniões.
Quem também deverá figurar neste leque de nomes para o Conselho Nacional é José Matos Rosa, ainda secretário-geral do partido e uma figura muito próxima de Pedro Passos Coelho. De resto, a VISÃO sabe que Santana Lopes também queria fazer-se acompanhar por Paulo Cunha e que o presidente da Câmara de Familicão era a aposta do ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para número dois na lista para o Conselho Nacional. Ainda assim, o jovem autarca poderá vir a figurar na lista, embora numa posição mais discreta.
As negociações entre Salvador Malheiro e João Montenegro vão continuar, sendo certo que agora vão endurecer, uma vez que existem tensões locais, entre apoiantes de Rio e de Santana, que poderão complicar o fecho da lista.