É caso para dizer que são tão maus, tão maus, que se tornaram muito bons. Se dúvidas houvesse, a primeira fornada de propaganda de candidatos autárquicos às eleições de 1 de outubro constitui a prova de que a inspiração e a criatividade – para sermos meiguinhos, vá – atravessam todo o espetro político.
Da mais pequena terra à grande urbe, do PNR ao PS, bem se pode dizer que na grande casa da democracia cabe tudo, incluindo o inenarrável. Partidos que querem ser o polegar do executivo autárquico, Lolas e Tixas que, afinal, podem ser chamadas de Salomé, nacionalismos à “p´Almada” ou “com mais encanto” e até candidatos com problemas nas vírgulas “todos os dias”. Outros dão simplesmente nas vistas. Até doer. Em cenários de azulejo em fundo ou sobre rodas. Mas há também partidos Charlie que massacram os eleitores ou quem diga ao que vem…de pernas para o ar. Já para não falar dos independentes que pretendem regressar ao poleiro em versão, digamos, columbófila.
Uma boa parte da recolha sobre as eleições deste ano pode ser seguida na página oficial da Ephemera, biblioteca e arquivo do historiador José Pacheco Pereira, ou através dos “Tesourinhos das Autárquicas 2017” no Facebook. Mas cuidado com as imitações que caem nas “redes”. A coligação “Juntos por Bicharoco” não vem no mapa e o “Tomé Aldraba” não é candidato a lugar algum. Dava jeito, não dava?
Não deixe, pois, que um mau cartaz ou um candidato engraçado atropele a realidade. Até porque esta, pela amostra, chega para as encomendas.