O Presidente da República recebeu, hoje, o Governo para uma sessão de cumprimentos, mais um dos eventos protocolares na sequência da tomada de posse de Marcelo Rebelo de Sousa.
O primeiro-ministro António Costa não deixou de reafirmar o “compromisso de máxima lealdade e cooperação” do Governo para com o novo Presidente e Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de desejar “sucesso” ao Executivo. Acrescentou ainda que “nenhum Presidente da República passa cheques em branco a nenhum Governo, mas nenhum Presidente da República deve ter preconceito em relação a nenhum Governo”.
Perante o Governo, e comentando a recente polémica sobre a reunião do primeiro-ministro com a empresária angolana Isabel dos Santos, relacionada com o negócio de venda do BPI – que o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, e outros deputados criticaram e exigiram explicações -, o Presidente disse que a atitude do primeiro-ministro foi “natural”.
“É natural que o Governo, como aliás todos os Governos da União Europeia estejam permanentemente atentos àquilo que é a estabilidade do sistema financeiro. Nomeadamente, quando essa realidade envolve ou pode envolver processos legislativos..”
Marcelo disse, ainda, que seria “desejável” que o tema merecesse “um consenso nacional pacificador” e que a “intervenção [de António Costa] se justifica”, já que foi feita “a pensar no sistema financeiro e no interesse público”.
Marcelo concluiu que a posição do Presidente da República “só pode ser uma: como se trata de cumprir a Constituição e a legalidade vigente tem de apoiar esse cumprimento”.
Meia hora antes desta sessão de cumprimentos, foram empossados os novos Chanceleres das Ordens Honoríficas Portuguesas.
Jaime Gama (ex-presidente da Assembleia da República e ex-ministro do PS), tomou posse como chanceler das antigas ordens militares, Manuela Ferreira Leite (ex-ministra e líder do PSD) fica com as ordens nacionais e Helena Nazaré (antiga reitora da Universidade de Aveiro) com as de mérito civil.