A agência de notícias ucraniana UNIAN escreve esta quinta-feira que “uma catástrofe ecológica está a ganhar forma na Ucrânia devido aos soldados russos mortos”. Isto porque, acrescenta o artigo, as Forças Armadas do Kremlin não recolhem os corpos, que ficam a decompor-se no sítio onde os militares morrem.
“Os russos não querem os cadáveres do outro lado [da fronteira], eles não os recolhem, ficam aqui e representam uma grande ameaça, principalmente ambiental. Ao decompor-se, o corpo humano liberta agentes patogénicos”, disse à agência Anatoly Kotlyar, diretor do Departamento de Saúde da região de Sumy (junto à fronteira com a Rússia, a noroste de Kharkiv), onde têm ocorrido alguns dos combates mais violentos da guerra. Kotlyar acrescentou que os corpos em decomposição representavam uma grande ameaça ambiental.
As autoridades de saúde locais encomendaram dez câmaras frigoríficas para armazenar os cadáveres abandonados dos militares russos, mas as forças invasoras bloquearam os caminhos de ferro na zona, pelo que a entrega ainda não foi possível.
Segundo o governo ucraniano, morreram já mais de 15 mil russos na guerra. Os serviços de informação ocidentais estimam, por seu lado, entre 7 mil e 15 mil vítimas mortais (e um total de 40 mil baixas, se somados os feridos, capturados e desaparecidos em combate). O Kremlin admitiu, no início de março, quase 500 mortos. Essa foi a última vez que avançou oficialmente com um número de vítimas. No início desta semana, uma notícia do tabloide russo e pró-Putin Komsomolskaya Pravda publicou uma notícia em que o Ministério da Defesa informava que tinham morrido 9 861 militares, mas o artigo foi retirado, mais tarde, e o jornal disse ter sido vítima de piratas informáticos.