Pode a dupla mais poderosa do mundo transformar-se no duelo mais tóxico de sempre? A pergunta não é retórica, uma vez que estamos perante duas figuras de egos inflamados, habituadas a divórcios conturbados e a conflitos em que, quando é preciso, nunca hesitam em utilizar jogos baixos ou até em alterar descaradamente a seu favor as regras normais de combate. A verdade é que, como nos velhos westerns de Hollywood, a cidade [Washington] passou a ser demasiado pequena para acolher, em simultâneo, Donald Trump e Elon Musk. E um deles teve de ser afastado, numa espécie de duelo ao pôr do sol – foi o que não tinha sido eleito.
Ao contrário dos filmes, o duelo continuou a ser disputado, durante alguns dias, nas redes sociais e em declarações públicas. Com ambos, assim que os ânimos se exaltavam, a prometerem vingança ou atos de retaliação. E, logo a seguir, a envolverem-se em ataques pessoais. O que não é de estranhar, já que estamos perante um choque de personalidades, entre um empresário individualista, arrogante e impulsivo, mas iniciante nos meandros políticos, e um Presidente que confia sempre nos seus instintos, está habituado a conflitos e se sente sempre bem a adotar uma pose beligerante, como forma de atemorizar o adversário.