Cenário 1
Kamala Harris vence, mas Trump não aceita o resultado
Ainda na noite eleitoral, em vez de telefonar à adversária para lhe dar os parabéns pela vitória, Donald Trump começa a pôr em causa os resultados, provavelmente através de publicações nas redes sociais. O objetivo é fazer com que os seus apoiantes se revoltem contra aquilo a que ele chama uma conspiração em larga escala. Segundo a organização não governamental Project Democracy, esse será o momento para Trump iniciar a terceira fase da sua estratégia: após as etapas de “enganar” e “perturbar”, chega a altura de iniciar o capítulo “negar”. E as suas “tropas” estão preparadas para isso: nas últimas semanas de campanha eleitoral, os apoiantes de Trump fizeram entrar uma enxurrada de ações judiciais a contestar regras e práticas de votação em diversos locais. Ou seja, a preparar o cenário para uma prolongada batalha jurídica, que pode adiar a publicação dos resultados eleitorais durante muito tempo.
A comunicação será focada sempre na batota feita pelos democratas, que, na sua versão, permitiram o voto a milhares de imigrantes ilegais, manipularam as urnas eletrónicas e, noutros casos, fizeram desaparecer os boletins com os votos em Trump. Será uma operação em maior escala do que a que foi tentada há quatro anos, quando os advogados de Trump apresentaram 60 ações judiciais para contestar os resultados eleitorais, mas sem sucesso.