Já há uma surpresa de Outubro: Biden tratou como “lixo” o eleitorado que vai votar em Trump, e isso está a causar uma grande indignação. Ao dizer o que disse, o presidente humilhou e desrespeitou 80 milhões de americanos. Não era necessário, especialmente neste momento crucial.
O resultado está à vista: Kamala e a campanha têm-se desdobrado em pedidos de desculpa e tentativas de justificar o erro de interpretação, consumindo nisso o pouco tempo que resta para tentar convencer os eleitores. Mas, se os de Trump são “lixo”, que vantagem tem a vice-presidente em tentar conquistar os seus votos?
Biden parece estar numa fase em que já desapareceu a barreira do bom-senso, aquela que nos impede de dizer disparates e insultar cidadãos. É verdade que um comediante fez uma piada de mau gosto sobre Porto Rico num comício de Trump, mas não foi o próprio candidato, e este já aproveitou para se distanciar desse lapso embaraçoso.
Os democratas e Kamala percebem bem o impacto negativo de o presidente em exercício dos Estados Unidos chamar “lixo” aos eleitores americanos, independentemente de votarem ou não em Trump. É um insulto sem limites, que só prejudica a sua vice. Será que Biden não quer que Kamala ganhe? Só pode.
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