Os 50 mais ricos do mundo produzem, em média, mais carbono através dos investimentos, jatos privados e iates, em hora e meia, do que uma pessoa “comum” produz toda a vida. A conclusão é do relatório da organização humanitária Oxfam, “A Desigualdade de Carbono Mata”.
“Os super-ricos da Europa estão a tratar o nosso planeta como o seu parque de diversão pessoal. Os seus investimentos sujos, os jatos privados e iates não são apenas símbolos de excesso, estão a alimentar a desigualdade, a fome e até a morte”, afirmou a especialista da Oxfam Internacional, Chiara Putaturo, em comunicado.
O relatório monitorizou as emissões de jatos privados, iates e investimentos poluentes, detalhando como os super-ricos alimentam a desigualdade, a fome e a morte em todo o mundo, e como as suas emissões estão a acelerar o colapso climático e a causar os mais diversos estragos.
A Oxfam explica como os indivíduos mais ricos de uma sociedade tendem a ser responsáveis por muito mais poluição do que a maioria das pessoas, “particularmente aqueles com estilos de vida extravagantes”: assim, por exemplo, levaria um cidadão médio do Reino Unido quase 11 anos para emitir tanto carbono o quanto um único jato particular emite numa viagem de ida e volta de Londres a Nova York.
A pegada de carbono de um europeu super-rico, acumulada ao longo de quase uma semana de utilização de super-iates e jatos privados, corresponde à pegada de carbono vitalícia de uma pessoa do 1% mais pobre do mundo. No mesmo sentido, quase 40% dos investimentos bilionários analisados no estudo referem-se a indústrias altamente poluentes, como petróleo, mineração, transporte marítimo e cimento.
As emissões totais de investimento de 36 dos multimilionários mais ricos da União Europeia são equivalentes às emissões anuais de mais de 4,5 milhões de europeus, conclui a organização. Chiara Putaturo defende que os super-ricos devem pagar a conta da sua pegada de carbono, significando isto mais impostos sobre estes.