A Casa Branca, nos EUA, tem menos um residente. Joe Biden viu-se obrigado a banir o seu pastor-alemão Commander da residência oficial da presidência norte-americana depois de o cão de dois anos ter voltado a morder um membro do staff, desta vez um agente dos serviços secretos.
O ataque aconteceu na semana passada e o agente em questão precisou de receber tratamento médico. Esta é a 11ª vez que surgem relatos de ataques de Commander a funcionários da residência do presidente dos EUA ou no complexo familiar que Biden tem em Delaware.
Elizabeth Alexander, porta-voz da primeira-dama, Jill Biden, confirma que Commander foi retirado da Casa Branca. “O presidente e a primeira-dama preocupam-se profundamente com a segurança de todos os que trabalham na Casa Branca e de todos os que os protegem todos os dias”, começa o comunicado. “Estão imensamente agradecidos pela paciência e apoio dos Serviços Secretos e de todos os envolvidos, enquanto se continua a trabalhar por uma solução. O Commander não está mais no campus da Casa Branca, com as próximas medidas ainda a serem avaliadas”. Como tal, não se sabe onde está atualmente o pastor-alemão, nem se está na equação a reintegração na residência oficial do presidente.
O comunicado foi feito depois de os media dos EUA noticiarem a 11ª mordida de Commander ao staff de Joe Biden. Contudo, os meios de comunicação alegam que o número de ataques poderá ser superior. Duas pessoas que falaram com o The New York Times e pediram anonimato garantem que o número total de ataques de Commander está entre os 24 e os 36. Alegam também que um agente dos Serviços Secretos precisou de ir para o hospital para travar uma hemorrogia forte.
O segundo cão de Biden a ser banido da Casa Branca
Os animais de estimação não estão a facilitar a vida de Joe Biden na Casa Branca. Commander é o segundo pastor-alemão do atual presidente dos EUA a ser obrigado a sair da residência oficial devido ao seu comportamento errático. Há dois anos o mesmo aconteceu com Major, que saiu do número 1600 da Pennsylvania Avenue após uma série de ataques a funcionários. Após Major ter ido morar com amigos de Biden, o irmão do presidente, James Biden, decidiu oferecer-lhe Commander como presente de aniversário.
Mas se era esperado que Commander tivesse uma atitude mais meiga, tal não se registou e o pastor-alemão foi notícia por diversas vezes pelo comportamento agressivo e pela tensão provocada entre os funcionários do casal Biden. Fontes internas garantem ao The New York Times que agentes e outros elementos do staff da Casa Branca se sentiram ressentidos por não terem sido tomadas medidas mais cedo. Tinham medo de serem os próximos a serem mordidos no cumprimento de funções.
Os funcionários já teriam tentado encontrar uma forma de afastar o animal da residência, mas sem sucesso, até agora. Por seu lado, os Serviços Secretos notam que o comunicado oficial sobre o afastamento do animal não tem qualquer pedido de desculpa às pessoas que sofreram ataques do cão dos Biden.
Um presidente que se apoia nos animais de estimação
Joe Biden encontra nos pastores-alemães uma companhia numa residência que considera impessoal, garantem os media dos EUA. Já durante o período em que era o vice-presidente de Barack Obama, era visto ao lado de Champ, o seu pastor-alemão que morreu em junho de 2021. Em 2018 adotou Major, da mesma raça, sendo este o primeiro cão de um presidente a ser resgatado de um abrigo. Commander surge em 2021 e confirma a predileção de Biden pelos pastores-alemães.
O apego do presidente a Commander terá levado Biden a adiar a decisão de remover o animal da residência oficial. O The New York Times acredita que os Serviços Secretos deixaram passar a notícia deste último ataque como forma de forçar o afastamento do cão.
Larry Cosme, presidente da Federal Law Enforcement Officers Association, afirma que os ataques de Commander “tornaram-se um problema”. “Fico feliz por estarem a resolver a situação. Mas quantas mordidas foram necessárias para isto ficar resolvido?”.