“Simão exorta todas as partes a absterem-se de qualquer ato, discurso ou declaração que possa prejudicar a integridade do processo”, afirmou a UNOWAS num breve comunicado.
Simão “reafirmou o compromisso da ONU”, em coordenação com a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), a União Africana (UA) e “membros da comunidade internacional”, de “apoiar a Serra Leoa nos seus esforços para consolidar a paz, a democracia e o desenvolvimento”.
A Serra Leoa está a realizar hoje as quintas eleições gerais desde o fim da sangrenta guerra civil (1991-2002), que devastou o país e causou mais de 50.000 mortos.
Embora também se realizem eleições legislativas e municipais, a corrida presidencial é o foco das atenções, com dois candidatos com hipóteses de vencer: o atual Presidente, Julius Maada Bio, 59 anos, líder do Partido do Povo da Serra Leoa (SLPP), no poder, e Samura Kamara, 72 anos, líder do Congresso de Todo o Povo (APC), na oposição.
As autoridades esperam que cerca de 3,4 milhões de serra-leoneses – de uma população de 8,5 milhões – votem em mais de 3.630 assembleias de voto em todo o país.
De acordo com a EFE, Freetown, a capital do país, amanheceu com longas filas de pessoas à espera pacientemente da sua vez para votar, mesmo antes da abertura das urnas às 07:00 locais (08:00 em Lisboa).
A votação continua a decorrer sob a sombra dos protestos de 10 de agosto contra o elevado custo de vida, que foram severamente reprimidos pelas forças de segurança e nos quais morreram pelo menos 27 civis e seis polícias, e das acusações de Sesay de uma alegada “conspiração” do SLPP para “manipular as eleições” em 24 de junho.
Além disso, as autoridades da Serra Leoa dispersaram na quarta-feira as manifestações convocadas pelo APC em várias partes do país, depois de as terem qualificado de “ilegais”.
Na sequência dos protestos, os embaixadores da União Europeia, dos Estados Unidos, da Alemanha, da França, do Reino Unido e da Irlanda “exortaram” todas as partes “a absterem-se de atos de violência, a respeitarem as opções políticas de cada um e a rejeitarem a linguagem da divisão e do ódio”.
A UA e a CEDEAO emitiram um comunicado semelhante na quinta-feira, no qual também expressaram “preocupação” com a “violência e intimidação” no país.
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