A Presidente das Honduras, Xiomara Castro, vai partir hoje para Pequim numa viagem de Estado, um dia depois da China ter inaugurado a embaixada no país centro-americano, que rompeu em março as relações com Taiwan.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Honduras, Enrique Reina, revelou aos jornalistas na segunda-feira que a primeira visita oficial de Xiomara Castro à China irá decorrer entre 09 e 13 de junho.
Durante a visita “será assinado um conjunto de memorandos, documentos, acordos-quadro, e claro [realizar-se-á] a reunião ao mais alto nível entre a Presidente Castro e o Presidente [chinês] Xi Jinping”, acrescentou o ministro.
Reina referiu que Pequim, ainda antes da conclusão do acordo de comércio livre entre os dois países, já autorizou a exportação para a China de vários produtos agroalimentares provenientes das Honduras, como melão, camarão ou banana.
O diplomata confirmou que a China aprovou a nomeação de Salvador Moncada, um investigador médico que estava atualmente radicado em Londres, como embaixador das Honduras em Pequim.
Reina falava após a cerimónia de inauguração da embaixada chinesa, que aconteceu num hotel de Tegucigalpa porque Pequim ainda não decidiu onde irá instalar a sua representação diplomática. Honduras também não decidiu a localização de sua embaixada em Pequim.
A delegação diplomática chinesa será inicialmente chefiada pelo encarregado de negócios Yu Bo.
“A embaixada da China em Honduras fará todo o possível para cumprir a sua responsabilidade de ser a janela, a plataforma que abre as relações entre os dois países”, disse Yu Bo durante a cerimónia.
Honduras e China anunciaram em 25 de março o estabelecimento de relações diplomáticas, 11 dias após o país centro-americano ter rompido as relações que mantinha com Taiwan desde 1941.
Honduras e Taiwan mantiveram uma relação de cooperação militar, educacional e económica, e a ilha financiou projetos de ajuda técnica e agrícola e também hospedou centenas de bolsistas hondurenhos nas universidades.
Honduras foi o quinto país da América Central a romper relações com a ilha em favor de Pequim desde 2007. Na América Central, apenas Guatemala e Belize continuam a manter relações com Taiwan.
O rompimento das relações com Taiwan pelas Honduras reduz para 13 o número de países com os quais mantém relações diplomáticas oficiais.
No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek. Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês, comunista.
Mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.
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