O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, prometeu hoje aumentar “exponencialmente” a produção de ogivas nucleares este ano.
Os meios de comunicação estatais norte-coreanos noticiaram hoje que Kim instou a um aumento drástico do poder militar do país para proteger o interesse nacional, numa altura em que os Estados Unidos e seus aliados exercem mais pressão militar sobre a Coreia do Norte.
Citado pela agência oficial de notícias norte-coreana, Kim Jong-un afirmou que a Coreia do Norte se vê obrigada a aumentar “exponencialmente” o fabrico de ogivas nucleares para produzir armas nucleares táticas em massa.
A mesma fonte referiu que o dirigente norte-coreano ordenou a produção de um novo tipo de mísseis balísticos intercontinentais com capacidade de ataque retaliatório rápido e que Pyongyang lançará em breve o seu primeiro satélite de espionagem militar.
Tais declarações foram emitidas durante uma reunião do partido no poder no país.
Pouco antes, já tinha sido noticiado o disparo pela Coreia do Norte de um míssil balístico de curto alcance que caiu em águas situadas a leste do país, entrando em 2023 com mais um teste de armamento, após um número recorde de disparos de mísseis em 2022.
O exército sul-coreano detetou o lançamento do míssil norte-coreano a partir da região da capital, Pyongyang, pelas 02:50 locais (17:50 de sábado, 31 de dezembro de 2022, em Lisboa), indicaram os Chefes do Estado-Maior das Forças Armadas num comunicado, precisando que o míssil viajou cerca de 400 quilómetros até cair no mar entre a Península Coreana e o Japão e classificando o disparo como “uma grave provocação” que põe em causa a paz e a segurança naquela península e em todo o mundo.
Na nota era ainda acrescentado que a Coreia do Sul está a monitorizar de perto as movimentações norte-coreanas, em coordenação com os Estados Unidos, e se mantém em prontidão para lidar com quaisquer provocações.
No último dia de 2022, Pyongyang disparou três mísseis balísticos de curto alcance, segundo o exército de Seul, um dia depois de a Coreia do Sul ter testado com êxito um lançador espacial de combustível sólido.
Os disparos norte-coreanos seguiram-se igualmente à incursão com cinco ‘drones’ (aparelhos voadores não-tripulados) no espaço aéreo da Coreia do Sul no início da semana.
A incursão norte-coreana foi o primeiro incidente deste tipo em cinco anos e deu origem a um pedido de desculpas do ministro da Defesa de Seul pelo fracasso da sua Força Aérea, que não conseguiu abater um único desses ‘drones’, apesar da mobilização de caças para uma missão que durou cinco horas.
ANC // VAM