Com os preços da eletricidade em níveis muito elevado no Reino Unido nos últimos meses (segundo o Banco da América, aquecer a casa vai custar este ano aos consumidores britânicos quase mais 1000 euros), a SSE, uma empresa britânica de fornecimento de energia, sugeriu 10 “maneiras simples e económicas de se aquecer neste inverno”, incluindo comer tigelas de papas de aveia, saltar ou acariciar os animais de estimação. O site onde estavam estes conselho foi entretanto apagado.
“Recentemente, um link para um blogue contendo dicas como economizar energia foi enviado aos clientes. Estamos a trabalhar para encontrar soluções [para o aumento dos preços] à medida que nos aproximamos desta crise de energia e reconhecemos que o conteúdo deste blog foi mal avaliado e inútil. Estamos envergonhados e pedimos desculpas sinceras”, disse, em comunicado, à CNN, na terça-feira, um porta-voz da OVO Energy, grupo a que pertence a SSE.
Em resposta a esta lista, Darren Jones, presidente do Comité de Negócios, Energia e Industria desde 2020, escreveu no Twitter: “Bem, estou feliz que eles tenham pedido desculpa. Não tenho certeza de quem assinou uma campanha de marketing a dizer às pessoas para vestir uma camisola e comer papas de aveia em vez de ligar o aquecimento quando não conseguem pagar a despesa”.
De acordo com a National Energy Action, que estuda e analisa mais de 4 milhões de lares do Reino Unido estão em situação de pobreza de energia a eficiência energética – um número que acreditam que pode aumentar em 2 milhões até abril, quando se espera que os preços da energia aumentem.
No mesmo sentido, Halima Begum, diretora executiva e Runnymede Trust, o principal centro de estudos em igualdade racial do Reino Unido, escreve também na mesma rede social que esta publicação é “ofensiva e imprudente para a comunidade com mais dificuldades. Metade dos 7 milhões de pessoas que vivem na pobreza no Reino Unido são deficientes ou vivem numa família com uma pessoa incapacitada, normalmente uma pessoa que está numa cadeira de rodas. E estes deveriam saltar para manter seu direito básico ao aquecimento?”