Há 33 anos, quando Li Jingwei tinha apenas quatro anos, foi raptado por um vizinho da aldeia onde vivia na província chinesa de Yunnan, que o vendeu a um círculo de tráfico de crianças.
Agora, sem ver a família há três décadas, decidiu fazer um apelo por ajuda para reencontrar a sua família biológica. Li desenhou um mapa da sua aldeia, focando-se nas memórias que tinha do local onde vivia aos quatro anos. Não se conseguia lembrar do nome da aldeia ou da rua em que vivia, mas alguns elementos chave do mapa – a localização de uma escola, uma floresta de bambu e um lago – ajudaram a identificar a aldeia.
No vídeo partilhado no dia 24 de dezembro na aplicação de partilha de vídeos Douyin – semelhante ao TikTok – Li diz ser “apenas um rapaz à procura da sua casa”. A polícia teve acesso ao vídeo e foi possível fazer a correspondência entre o mapa de Li e uma aldeia em Yunnan onde vivia uma mulher cujo filho estava desaparecido há 33 anos.
Através de testes de ADN, verificou-se, de facto, que Li era o filho dessa mulher, e seguiu-se um reencontro emocional.
“Trinta e três anos de espera, inúmeras noites a ansiar por isto, e finalmente um mapa desenhado à mão de memória, este é o momento da libertação perfeita”, escreveu Li no seu perfil no Douyin antes do reencontro. “Obrigado a todos os que me ajudaram a reunir-me com a minha família”.
“A minha mãe chorou assim que eu telefonei. Após a videochamada, reconheci-a num relance. A minha mãe e eu temos os mesmos lábios, até os mesmos dentes”, diz Li ao jornal chinês Paper.
Li foi raptado em 1989 e vendido a uma família em Lankao, a mais de 1070 quilómetros de distância.
Recentemente um homem chinês, Guo Gangtang, foi notícia depois de ter reencontrado o seu filho, raptado também por um círculo de tráfico de crianças há 24 anos. Li disse ter sido inspirado a tentar reencontrar a sua família depois desta e outras histórias de sucesso.
“Quando vi a história de Guo Gangtang, pensei para mim mesmo: Devia tentar encontrar os meus pais biológicos… Queria vê-los enquanto ainda estivessem vivos”, afirma. “Percebi que não podia esperar mais porque os meus pais deviam estar a ficar mais velhos agora. Preocupava-me que quando descobrisse de onde sou, eles pudessem ter falecido”, continua.
Li explicou ainda que embora a sua família adotiva sempre o tivesse tratado bem, nunca conseguiu obter informações dos pais nem de bases de dados de ADN a respeito das suas origens.