O relatório publicado esta terça-feira pelo Centro Nacional britânico para a Cibersegurança (NCSC na sigla em inglês) revela que o organismo teve de lidar com 1167 ataques desde que entrou em pleno funcionamento, em 2016, e que só nos últimos 12 meses registou 557 incidentes, a maioria com origem em “nações de alguma forma hostis ao Reino Unido”.
Segundo o CEO do NCSC, Ciaran Martin, até agora, nenhum dos ataques cai na categoria 1, ou seja com potencial para ameaçar a vida. Mas não deve faltar muito. “Tenho poucas dúvidas de que vamos ser testados até ao limite, como centro e como nação, por um grande incidente algures nos próximos anos”, escreve Martin, no relatório, disponível online.
O ciberataque com o WannaCry, que, no passado, afetou centenas de milhares de computadores de vários países, incluindo Portugal e o Reino Unido, recebeu a classificação de ataque de categoria dois, ou seja, com um “impacto sério numa grande parte da população, economia ou governo”, e deixou uma amostra de como pode um cibertaque representar um risco de vida: na semana passada, o governo britânico revelou que o WannaCry afetou pelo menos 80 dos 236 hospitais públicos em Inglaterra, assim como 595 centros de saúde, num custo total para o serviço nacional de saúde britânico de mais de 100 milhões de euros, incluindo mais de 82 milhões só para suporte informático.
O ataque a informações militares ou classificadas é outra das preocupações das autoridadades e, em 2017, o ministro britânico da Defesa anunciava que havia um grupo chinês de espionagem com esses alvos.