Donald Trump utilizou, mais uma vez, a sua vertente de performer que carrega nos adjetivos e despreza qualquer tipo de diplomacia linguística.
Na Casa Branca, o presidente dos EUA, falava com os jornalistas sobre a situação do acordo de desnuclearização norte coreano quando referiu, caso não haja entendimento, “dizimará” a Coreia do Norte e que Kim Jong-Un terá o mesmo tratamento que Kadafi – o ex-líder da Líbia assassinado em 2011 pelos opositores ao seu regime depois da sua comitiva ter sido atingida por aviões da NATO.
Trump frisou que, se houver acordo, Kim Jong permanecerá no comando do seu país, caso contrário terá de ser tratado de forma mais severa.
“O modelo usado na Líbia foi muito diferente. Dizimámos aquele país. Nunca dissemos a Kadafi que lhe daríamos proteção. Entrámos e exterminámo-lo e fizemos a mesma coisa no Iraque”, disse Donald Trump. Acrescentou: “Esse modelo será de novo posto em prática se não houver acordo”.
As palavras estão novamente em escalada depois da Coreia do Norte ter cancelado uma reunião que deveria ter decorrido na última quarta-feira, com a Coreia do Sul, tendo em vista a desnuclearização, ao mesmo tempo que Kim Jong dava a entender que talvez não estivesse presente na cimeira marcada para 12 de junho com o presidente dos EUA.
A Coreia do Norte disse ter ficado irritada com um exercício militar conjunto entre os EUA e a Coreia do Sul, mas há quem diga que Kim Jong está a regressar ao que sempre foi.
Um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal Korea Central, disse que o país “nunca aceitaria ajuda económica dos EUA em troca do abandono unilateral do programa nuclear”.
A agência Reuters escreveu que Trump referiu que se não houvesse acordo Kim Jong teria “um destino…”, porque “não podemos deixar que aquele país tenha armas nucleares. Simplesmente não podemos deixar que isso aconteça”.