A história do banco de investimento que contratou Durão Barroso, que faz capa da edição da VISÃO que chega esta quinta-feira às bancas, alimenta teorias da conspiração, mete ganância e jogos de poder, dinheiro a rodos, escândalos e escrúpulos q.b., arrependidos, denunciadores, cassetes secretas e até prostitutas contratadas para sacar negócios.
Um dos episódios mais mediáticos dos últimos anos em torno da instituição financeira foi protagonizado por Greg Smith. No mesmo dia em que se demitiu, este trader publicou no New York Times uma carta carregada de denúncias com o título “Porque estou a sair da Goldman Sachs”. O texto daria mais tarde um livro.
Nesse texto, Greg Smith afirmou que há uma cultura tóxica enraizada na empresa e que o declínio na fibra moral daquela casa representa “a maior ameaça à sua sobrevivência de longo prazo”. Disse ainda que viu cinco diretores executivos referirem-se aos clientes como “fantoches”. E explicou as três formas de chegar a líder na empresa:
a) “Executar os eixos da firma, o que se traduz em persuadir os clientes a investir nas ações ou outros produtos que estamos a tentar ver-nos livres porque não são vistos como tendo muito lucro potencial”
b) “Caçar elefantes”. Em inglês: levar os clientes – dos quais alguns são sofisticados e outros não – a negociar no que trouxer mais lucros para a Goldman.
c) “Chegar a um lugar onde o trabalho seja negociar um qualquer produto opaco e ilíquido com um nome de um acrónimo de três letras.”
Em resposta à VISÃO, a Goldman diz que “não se reconhece na firma retratada e que fez uma revisão das suas queixas, por muito vagas que fossem, não descobrindo qualquer evidência que as consubstanciasse”.