O conjunto dos documentos, que esteve, até agora, na Biblioteca Nacional da Polónia, mostra, segundo a BBC, um lado pouco conhecido de Karol Wojtyla, que morreu em 2005. A cadeia britânica sublinha, no entanto, que nada sugere que o Papa tenha quebrado os seus votos de celibato.
A amizade terá começado em 1973, quando a Anna-Teresa Tymieniecka, 50 anos na altura, contactou o então arcebispo de Cracóvia a propósito de um livro sobre filosofia de que era autor. Passaram a trocar correspondência depois de um encontro na Polónia. Segundo a BBC, as cartas começaram por ser “formais”, mas acabaram por tornar-se mais “íntimas”.
Como começaram a trabalhar juntos numa versão alargada do tal livro, além da correspondência que trocavam, encontraram-se várias vezes.
Além das cartas, o arquivo relativo a este lado da vida do antigo Sumo Pontífice inclui fotografias que o mostram em passeios no campo com Tymieniecka e num acampamento onde se fazem acompanhar por mais pessoas.
“Aqui temos uma das maiores figuras transcendentais do século XX, o chefe da Igreja Católica, numa relação intensa com uma mulher atraente”, comenta Eamon Duffy, professor de História da Cristandade na Universidade de Cambridge”.
Em 1976, Wojtyla viajou até aos Estados Unidos para uma conferência, ocasião em que ficou alojado na casa de família da amiga. As cartas seguintes do futuro Papa sugerem, relata a BBC, “um homem a lutar para tentar que a sua amizade faça sentido em termos cristãos”.
João Paulo II morreu em 2005, depois de um pontificado de quase 27 anos. Em 2014 foi canonizado.