A governadora da ilha, Giusi Nicolini, confirmou a retirada das águas de 94 cadáveres, incluindo crianças e uma mulher grávida, e adiantou que o número de mortos poderá aumentar pois, segundo disse, “o mar está cheio de corpos”.
Pelo menos outros 250 imigrantes estão desaparecidos.
Nicolini adiantou ainda que, de entre os sobreviventes, a polícia deteve uma pessoa que se acredita ser o traficante responsável pela embarcação.
“Trata-se de uma tragédia imensa”, acrescentou Nicolini, que explicou que os sobreviventes contaram que estavam há várias horas em alto mar e que não conseguiam pedir ajuda, pelo que decidiram acender uma fogueira para serem localizados.
O barco incendiou-se e muitos passageiros atiraram-se ao mar antes de a embarcação se ter virado.
A agência de saúde de Palermo, que coordena a assistência aos imigrantes resgatados, adiantou que se encontram em terra 150 pessoas, entre elas dezenas de crianças, algumas com poucos meses e várias mulheres grávidas.
Na operação de salvamento intervieram várias lanchas da Guarda Costeira Italiana e da Polícia de Fronteiras, mas também embarcações privadas.
Durante a noite, tinha chegado à ilha outro barco com 463 imigrantes indocumentados a bordo, que foram transferidos para o centro de acolhimento de Lampedusa, que na quarta-feira estava já no máximo da sua capacidade de acolhimento, 700 pessoas.
Trata-se do segundo naufrágio com imigrantes ilegais em menos de uma semana, depois de a 30 de setembro terem morrido 13 imigrantes, obrigados pelos traficantes a saltarem do barco em que viajavam, apesar de não saberem nadar e de se registar forte ondulação.
O grupo de 200 imigrantes foi obrigado a atirar-se ao mar a poucos metros da praia do Pisciotto na localidade de Scicli, na província de Ragusa, na Sicília.
A 10 de agosto, outros seis imigrantes morreram ao tentar alcançar a nado a costa da Sicília depois do barco em que seguia cerca de uma centena de imigrantes da Síria e do Egito ter encalhado.