Agora que chegou a altura de preencher e simular a declaração anual de IRS, já não restam dúvidas. Este ano, as devoluções são menores e alguns contribuintes até vão ter de pagar em vez de receber. É assim porque os portugueses entregaram menos imposto ao Estado ao longo dos doze meses de 2024, ano em que houve duas reduções das taxas do IRS refletidas nas tabelas de retenção na fonte.
O primeiro alívio fiscal ocorreu em janeiro, com a entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2024, e o segundo em agosto. Esta segunda descida do IRS teve efeitos retroativos a janeiro, implicando a devolução de parte do imposto retido desde o início do ano. O ajuste foi feito em setembro e outubro, meses em que a generalidade dos contribuintes receberam uma espécie de prémio juntamente com o salário mensal, mas que não foi mais do que um acerto do imposto retido antes da descida no IRS ter sido aprovada pelo Parlamento, em julho. A partir de 1 de novembro, entraram em vigor as novas tabelas de retenção na fonte, já ajustadas às alterações publicadas na segunda metade do ano.