O que se explica a popularidade rápida da Shein e da Temu na Europa?
A Shein e a Temu recorrem a estratégias hiperagressivas de preço, suportadas por subsidiação de preços pela plataforma como estratégia de aquisição de clientes e de captação de dados, além de seguirem o modelo fast-retail de replicação rápida dos produtos oferecidos por cadeias semelhantes, como a Zara, a preços inferiores. Adicionalmente, a maioria dos produtos entra no Espaço Económico Europeu sem pagar taxas aduaneiras, por não chegar ao limite de preço a partir do qual é cobrado o imposto (€150), o que permite aplicar preços que dificilmente as empresas locais conseguem praticar. Por fim, estas empresas têm abordagens limitadas no que diz respeito à proteção da propriedade intelectual por parte dos vendedores, e há suspeitas de uso de práticas ilegais, como trabalho forçado e o recurso a margens comerciais negativas. O Estado chinês acaba indiretamente por suportar estas práticas com a ausência de correção monetária, ou seja, a moeda está significativamente desvalorizada, para suportar o excedente comercial do país de forma artificial.
Pedro Lopes Sousa: “É provável uma alteração das regras do comércio eletrónico na UE ”
Pedro Lopes Sousa: “É provável uma alteração das regras do comércio eletrónico na UE ”
Pedro Lopes Sousa já dirigiu a AliExpress, em Portugal e Espanha, e também trabalhou na Amazon. Em resposta à VISÃO, o consultor analisa o modus operandi da Temu e da Shein e a ameaça que estas plataformas podem constituir para as empresas portuguesas. Salienta ainda que a União Europeia poderá alterar as regras e criar novas taxas aduaneiras, mesmo arriscando medidas retaliatórias por parte de Pequim
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