Muitos anseiam pela chegada das lojas da Gap a Portugal (por enquanto só há um corner no El Corte Inglés), mas a verdade é que, lá fora, a marca está longe dos tempos auréos. Esta primavera era o momento esperado para que a Gap, marca norte-americana que outrora marcou as tendências da moda ao estilo americano descontraído, ressuscitasse e voltasse a ser o que era. Mas tal não se está a verificar, continuando a empresa a apresentar uma queda nos resultados. De acordo com a Bloomberg, as vendas em loja e on-line têm diminuído consecutivamente nos últimos oito trimestres, acentuando as quedas nos resultados ao longo dos últimos dois anos.
De tal modo, que as promoções quase permanentes têm sido a única maneira de as lojas escoarem o seu stock. E promoções permanentes também não ajudam a recuperar o valor da marca. Investidores e analistas estão pessimistas sobre a capacidade da empresa dar a volta à situação.
Em março passado, a Gap abriu finalmente uma representação em Portugal, no El Corte Inglês de Lisboa. Apostando sobretudo numa linha de moda infantil, a marca deixou, então, a promessa de acrescentar uma coleção para bébé e pré-adolescentes.
Alguns retalhistas citados pela Bloomberg, consideram que a Gap perdeu a sua reputação, ocupando agora uma posição intermédia nas peças básicas, com preços pouco concorrentes e produtos de menor qualidade.
Criada em 1969, a Gap foi um ícone da indústria de moda norte-americana até 2002, altura em que grandes investimentos foram aplicados na sua expansão. Mas nem os dez anos que se seguiram foram suficientes para que esses investimentos fossem rentabilizados. A crise e a decorrente quebra no consumo de bens fizeram o resto.
Em junho do ano passado, a empresa anunciou o encerramento de 175 lojas. E eliminou 250 postos de trabalho, sobretudo na sede norte-americana. O objetivo é conseguir mais agilidade e usar as vendas online para testar o gosto dos seus clientes. Ainda assim, a loja tem 7,7 milhões de seguidores no facebook e 1,2 milhões no Instagram.