O Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia lançaram hoje as suas previsões para a economia portuguesa em 2016, mostrando que não olham para a realidade com o otimismo do Governo de António Costa.
Ambas as instituições preveem um défice acima dos 3%: Bruxelas diz que será de 3,4% e o FMI de 3,2 por cento. No esboço orçamental que enviou à Comissão Europeia, o Governo previa um défice de 2,6 por cento.
Além disso, diz a equipa de Mário Centeno, a economia nacional irá crescer 2,1% este ano – enquanto Bruxelas diz que crescerá 1,6% e o FMI é ainda mais pessimista, situando o crescimento do PIB nos 1,4 por cento.
O Ministério das Finanças já veio desvalorizar estes números, dizendo que “os dados apresentados nos comunicados finais destas instituições internacionais estão baseados em projecções entretanto desactualizadas”.
Esta sexta-feira, ao início da tarde, a Comissão Europeia irá discutir o orçamento português numa reunião extraordinária. Enquanto isso, as negociações com o Governo português continuam, tendo o comissário europeu dos assuntos económicos, Pierre Moscovici, afirmado que “nos últimos dias, nas últimas horas, e mesmo nos últimos minutos, as autoridades portuguesas fizeram propostas que vão no bom sentido, mas que devemos ainda analisar em detalhe”.
Compare aqui as projeções do Governo, da Comissão Europeia e do FMI para 2016:
As previsões do Governo…
– Crescimento do PIB: 2,1%
– Défice orçamental: 2,6%
– Dívida pública: 126% do PIB
– Taxa de desemprego: 11,2%
…. as da Comissão Europeia…
– Crescimento do PIB: 1,6%
– Défice orçamental: 3,4%
– Dívida pública: 128,5% do PIB
– Taxa de desemprego: 11,7%
…e as do FMI
– Crescimento do PIB: 1,4%
– Défice orçamental: 3,2%
– Dívida pública: 128,2% do PIB
– Taxa de desemprego: 11,5%