Um dos principais especialistas mundiais sobre inovação, criatividade, diversidade, empreendedorismo e gestão do sucesso esteve ontem, 2 de Fevereiro, na Casa da Música, a abrir a conferência anual sobre liderança, da Porto Business School (PBS). Autor de livros como The Medici Effect e The Click Moment, Johansson desafia cada um a destruir todos os conceitos que são ensinados nas escolas de gestão para se ser bem sucedido.
Este norte-americano acredita na diversidade como fator base de formação, talvez porque ele próprio seja fruto da diversidade: é filho de pai sueco e de mãe afro-americana e cherokee. Daí que esteja habituado a diferentes culturas e, sobretudo, a estabelecer conexões entre elas. Foi o seu truque para vencer num mundo cada vez mais imprevisível. Aqui ficam algumas ideias por ele avançadas para a “ascensão do líder interseccional”.
1. Focar na lógica e no óbvio e não no sucesso
Para se ter sucesso, o melhor é não pensar nele como um objetivo. Às vezes o caminho para o sucesso está mesmo à frente dos nossos olhos e não o vemos por ser demasiado óbvio e lógico. Por isso, lembre-se: Se quer ter sucesso, não pense no sucesso. Pense simplesmente no que é lógico e óbvio.
2. Muita atenção ao inesperado
Num mundo cada vez mais imprevisível “é preciso contar sempre com o inesperado”. E saber incorporá-lo de imediato nas nossas ações. Se conseguir isto, promete Johansson, destacar-se-á dos outros. Muitas das grandes ideias de sucesso, nasceram precisamente da arbitrariedade e do acaso. Foram fatores de sucesso, porque bem aproveitadas.
3. Não ande à procura de respostas certas
Não fique preso a uma estratégia. Uma das críticas que Johansson faz às escolas de negócios é a forma como obrigam os alunos a procurar respostas certas depois de análises profundas e rigorosas. Nada disso. Para ele, esta orientação é contrária à inovação e à reinvenção, cada vez mais necessária, da sua carreira. Preocupe-se antes em pôr pessoas em ação.
4. As novas ideias são as que combinam ideias já existentes
E aqui está a importância da diversidade, da interconexão e de juntar coisas, conceitos e culturas diferentes para dar lugar a algo diferente e inovador. Muitas das novas ideias nascem precisamente da combinação de ideias já existentes. Um exemplo: na Europa temos o biquíni, nos países islâmicos temos a burca. Como pode uma islâmica ir ao banho de burka na Europa? Então, porque não juntar o biquíni à burka e fazer algo prático para aquela mulher usar? Foi o que aconteceu: criou um novo modelo de burka para a praia com o tecido usado nos biquínis, mas que esconde todas as partes do corpo que têm de estar escondidas. Era óbvio, não? Mas foi inesperado!
5. Trabalhe em mais do que uma equipa
Sim, em simultâneo e se possível em algumas que lhe sejam adversas. Que testem a sua capacidade. Que o desafiem. “Esteja preparado para pensar, pensar, pensar, uma e outra vez, e tentar, tentar, tentar muitas vezes”, diz Johansson. “Nunca sabemos o que vai funcionar, mas não se preocupe. Na verdade, não podemos prever.”
6. Pense grande, teste depressa e comece em pequeno
Seja ambicioso a pensar, por isso, pense grande. Mas seja rápido a testar as suas ideias, começando por fazê-lo num projeto pequeno. Sobretudo, tenha em conta os recursos que tem à mão. E nunca se esqueça: esteja sempre atento ao inesperado, ao que não prevê. Se falhar, o resultado desse falhanço pode ser afinal uma nova ideia para um possível sucesso. “O mundo está conectado. Mas é preciso alguém para o conectar. E podes ser tu.”
