Com a mudança de estação, é vê-las cair: às folhas das árvores e às mãos cheias de cabelos. Antes de entrar em pânico, saiba que nos antecipámos e tratámos de descobrir a ciência por trás dos factos.
O primeiro passo é garantir que a queda de cabelo é, efetivamente, sazonal, garante Ana Alexandre Oliveira. A especialista em dermocosmética explica que todos os fios de cabelo atravessam três fases: crescem (anagénese), estagnam (catagénese) e caem (telogénese). Todo o fio que nasce vai acabar a cair. E não faz mal, porque enquanto esse cai, está outro a nascer. É um ciclo – tipicamente de 6 meses.
O que acontece nesta fase de mudança de estação é que há muitos fios de cabelo na última fase, na telogénese. Basicamente, os astros alinham-se (há uma série de hormonas envolvidas) e demasiados cabelos decidem “vamos todos cair”. E caem. E não há problema. “É expectável e normal que haja um aumento da queda nesta altura e isso não tem de ser preocupante“, tranquiliza Ana Alexandre Oliveira. Se a queda é pontual, se não existem peladas, se não há uma alteração gritante na densidade do couro cabeludo então está tudo bem. Caso contrário, a especialista recomenda veemente que se consulte um dermatologista (idealmente com tricologia – o ramo da ciência que trata do pelo e cabelo – como área de interesse). É preciso garantir que a queda não é um efeito secundário de uma “panóplia de motivos”. Se for, é “importante tratar a causa”.
Nesta fase é provável que, “em média, perca 10% dos fios de cabelo”. Se este facto dramático foi suficiente para querer declarar guerra aberta ao eflúvio telógeno – o nome científico para a queda de cabelo sazonal – aqui ficam as sugestões, com selo de aprovação da especialista. A natureza humana tende a ganhar, mas a ciência tem os seus trunfos (moléculas como o aminexil, por exemplo) para que a guerra seja mais justa.
Infelizmente, para as rotinas mais corridas ou para as mentes mais preguiçosas, a forma mais eficaz de ataque à queda acrescenta um passo à rotina: a utilização de ampolas ou loções. Nestes casos (de tratamento) queremos que o produto tenha contacto direto com o couro cabeludo por tempo suficiente para fazer efeito, coisa que não conseguimos com champôs – que são aplicados a correr, no banho, com água à mistura. Como alternativa, temos também os suplementos que, lembra a especialista, nunca devem ser tomados sem antes consultar o seu médico.
Por último, tenha atenção aos rótulos. Para tratar a queda de cabelo sazonal o produto que pretende será sempre de uma linha reativa e não progressiva. Esta última serve para tratar questões que persistam há mais de seis meses, como a calvície.
Ana Alexandre Oliveira, licenciada em Farmácia, a trabalhar na área da dermocosmética há 6 anos, com interesse na dinâmica de mercado internacional e aconselhamento, é uma cara conhecida da blogosfera. Escreve há mais de uma dúzia de anos, mas foi há sete que lançou o The Skin Game e, hoje, não há dia que passe sem responder a uma pergunta, esclarecer uma dúvida, testar e recomendar (ou não) um produto no seu perfil de instagram. Com uma honestidade acutilante, domina a arte de quem sabe o suficiente para tornar simples a ciência por trás da dermocosmética. A experiência tornou-a numa “enciclopédia falante” de ingredientes ativos e encheu demasiadas gavetas de produtos que conhece, testou e sobre os quais tem algo a dizer.
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