As boas histórias por vezes levam tempo a nascer. E é esse o caso da OBSIDIAN. Cláudia Vieira e Gabriela Pinheiro são amigas dentro e fora do trabalho há vários anos – curiosidade: é Gabriela quem veste Cláudia desde o programa Ídolos – e já há alguns anos tinham vontade de arquitetar uma marca própria de roupa. “Passamos a vida em lojas”, diz Cláudia, “e nem sempre o que funciona bem no manequim, fica bem no corpo”, acrescenta Gabriela. “Com esta marca, queremos sobretudo ir ao encontro do corpo das mulheres”, retorna a atriz.
Em 2019 arregaçaram as mangas e alinhavaram as primeiras ideias. Houve outros projetos pelo meio, uma pandemia e a entrada de outra mulher a bordo, Raquel Vasconcelos. “Precisávamos de alguém que pusesse gasolina no motor. O processo demorou a arrancar, mas foi bom para agilizar a nossa relação de três mulheres”, diz Gabriela. Três mulheres fortes, sublinhe-se.
Ideias, planos, nome, fornecedores, tecidos, logística, site, não necessariamente por esta ordem, a OBSIDIAN foi lançada oficialmente a 13 de outubro, com uma apresentação da primeira coleção cápsula, no Portugal Fashion. “Para esta primeira coleção encontrámos o xadrez, um padrão criado para nós em exclusivo”, conta Gabriela. Produzem poucas peças de cada modelo, uma forma de manter a marca com um pé na sustentabilidade e outro na exclusividade.
Estrearam-se com 11 peças de roupa, a maioria dentro dos xadrez de cores vivas, com calças, blazers, um top, um casaco comprido, uma minissaia, as duas últimas cruzar as duas cores de xadrez da marca, todas feitas de poliéster reciclado; e quatro t-shirts básicas de algodão supima, “de qualidade superior, muito macio”, explicam. “Acho que o casaco é assim a nossa peça statement, que pode ser usado em tudo. Ajuda a dar personalidade mesmo a quem é mais acanhado”, descreve Cláudia.”
São essencialmente peças intemporais, porque a OBSIDIAN aposta na durabilidade. “Vamos ensinar a cuidar das peças, a lavá-las da forma correta para se manterem em bom estado.” Aproveitando a profissão de Gabriela, querem deixar propostas de styling das roupas, nas redes sociais, por exemplo. “Como usar, como conjugar, não só estas roupas da primeira coleção, como as que fizermos para as coleções seguintes. Ensinar a jogar umas com as outras. É preciso frisar: ‘não abandone as suas peças’”, ri Gabriela. “Temos algumas mais neutras, outras mais alegres, a ideia é também completar com o que já se tem em casa”, continua Cláudia.
Produzidas em fábricas portuguesas, pela mão de mulheres, as roupas nascem de um processo de troca de ideias do trio OBSIDIAN. Criam-se esboços iniciais, ainda que só nas mentes das três responsáveis, e só depois são transferidas para o papel e para os tecidos por alguém mais técnico dentro da fábrica. “Eu faço o fitting, mas a roupa não é para um corpo igual ao meu, tem de vestir bem nos diversos corpos”, explica Cláudia.
Obsidiana, em português, é uma rocha ígnea de vidro vulcânico. “É um nome que vem da natureza, que mistura a energia de um vulcão, com a fragilidade do vidro. Toca o ADN da marca e das mulheres”, explica Gabriela A primeira coleção cápsula da OBSIDIAN já está à venda e a segunda a ser pensada. “Não queremos ser uma marca de fast fashion. Queremos que as peças vivam o resto da vida, se mantenham no guarda-roupa”, diz Gabriela. E que ideias virão aí? “Por enquanto é uma marca de roupa. Mas são três cabeças de mulheres que nunca param. Não nos queremos limitar”, rematam.
As peças estão à venda em www.obsidian.pt, na Loja das Meias das Amoreiras e do Porto e também na Just Ceuta, no Porto