Capa da edição
25 de Abril contado em livros
Alvorada em Abril, de Otelo Saraiva de Carvalho (Biblioteca Ulmeiro, 1984), é um livro indispensável para uma leitura do que aconteceu no 25 de Abril de 1974. A partir do Alvorada em Abril é possível programar um alinhamento dos acontecimentos, encontrar a arma que explica o êxito do golpe militar: a surpresa. O poder, os altos funcionários do Estado, todos dormiam enquanto, sem saberem, eram destituídos.
Capitão Salgueiro Maia
Vim à cidade para tomar a cidade. Visito ruas e casas para vigiar o sono, o silêncio, a tranquilidade das ruas e das casas. Ocuparei posições nos bairros antigos de Lisboa, cercando as ruas baixas que vão do Rossio ao movimento secreto dos barcos no rio
A reinvenção das imagens
O incremento do cinema e a liberação de fundos para a produção audiovisual, seguindo parâmetros que defendem a liberdade criativa, foram importantes conquistas de Abril.
A nova catástrofe europeia
O juízo de Eduardo Lourenço sobre os EUA foi-se tornando cada vez mais severo à medida que a sua militarização e o seu intervencionismo foram caracterizando a sua política externa
Crónicas
Letras
Poesia e estranheza
Os dois livros aqui considerados – Não Desfazendo, de Rita Taborda Duarte, Habeas Corpus, de José Rui Teixeira -, justificam que se fale em estranheza, e ainda bem
O Memorial da Revolução de Hugo Gonçalves
Em Revolução, um leque extensíssimo de sentimentos e emoções humanas são encarnadas nas múltiplas personagens
Artur Jorge: o exercício físico da poesia
Republicamos aqui uma entrevista feita por Clara Ferreira Alves a Artur Jorge, no JL 53, de 1983, a propósito do lançamento do seu primeiro livro de poesia, Vértice da Água
J. L. Barreto Guimarães, Poesia para médicos
Desde há três anos que o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar inclui no seu currículo a disciplina de Poesia. O seu regente é o poeta e médico João Luís Barreto Guimarães e as suas aulas foram recentemente notícia no Guardian. O JL quis saber mais.
Juan Vicente Piqueras, Caçador de instantes
O tom é elegíaco e melancólico, por vezes triste e sombrio, mas na justa medida em que, por contraste, também se afirma lúdico, divertido e alegre. Em O Quarto Vazio, o poeta espanhol Juan Vicente Piqueras assinala a fugacidade da condição humana e algumas perdas recentes, apenas para celebrar o milagre de estar vivo e as oportunidades que se abrem a todo o momento. Assume-se, por isso, como um “caçador de instantes” e das pequenas surpresas do dia-a-dia.
Artes
“O Hotel Palace”: O provável derradeiro filme de Roman Polanski
Aos 90 anos, Roman Polanski surpreende-nos com uma comédia que satiriza os ricos e famosos. “O Hotel Palace” está nas salas de cinema
Luís Villas-Boas, jazz e tudo
Dois centenários num espetáculo, Tudo Isto É Jazz!, a 9, no Centro Cultural de Belém, que celebra os cem anos de Luís Villas-Boas e do primeiro concerto de jazz em Portugal. Com conceção de João Moreira dos Santos, que irá lançar um livro com entrevistas do fundador do Hot Clube de Portugal (HCP), cruza música e teatro, e vai ter em palco o ator João Lagarto, a Orquestra do Hot com direção de Pedro Moreira, e músicos como António Barros Veloso, Jorge Costa Pinto, Maria João, Ricardo Toscano, Rita Maria, Rão Kyao, Laurent Filipe ou Zé Eduardo
Mickaela João Sem Medo
Quando ela chegou perto das grades olhou para cima, e no único movimento em que se colocou de pé, Mickaela agarrou-se às grades e trepou a uma velocidade estonteante. Eu desliguei a luz. Ouvi uma respiração nervosa do público. Acendo a luz. Ela já não está lá. Voara e o público só vira o impulso, a vontade, a determinação de um corpo que se recusa a ser impossível
Aldina Duarte: “Para gravar um disco tenho de querer dizer alguma coisa às pessoas”
A fadista estreia-se em nome próprio no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, nesta quarta, 17, com um concerto em que vai apresentar o novo álbum, “Metade-Metade”, escrito por Capicua
Redescobrir Augusto Cabrita
Duas exposições, Um Olhar Inédito, no auditório do Barreiro, e O Olhar Encantado, na Biblioteca de Marvila, e uma homenagem na Cinemateca nos dias 5, 6 e 7 de março, são oportunidade para redescobrir o fotógrafo, cineasta, repórter e realizador de televisão Augusto Cabrita e o seu poderoso olhar sobre a realidade e muitas figuras das artes e da cultura. Porque a celebração do seu centenário de nascimento pretende ser “um prelúdio e não um epílogo”, como adianta ao JL o neto e curador Augusto António Cabrita
Ideias
A orquestra de robots
A Orquestra de Robots Isaac Azimov, uma das mais graduadas a nível mundial, iria apresentar em estreia absoluta a Sinfonia 000110101111001, composta integralmente pelo robot 0k7 e dirigida pelo maestro robot Giskard Reventlov. A curiosidade era muita
O ano de Kant
[Em Bona] pode ver-se uma exposição articulada em torno das três questões que Kant enunciou na Crítica da Razão Pura: ‘Que podemos saber? Que devemos fazer? Que nos é lícito esperar?’. Elas condensam-se na grande questão, sempre em aberto: ‘Que é o homem?’