O trabalho de Rocío Molina, um dos principais nomes da dança espanhola atual, tem-se distinguido não só pelo conhecimento profundo e execução sem mácula das tradições do flamenco mas também por uma investigação em que envereda por territórios desconhecidos. Al Fondo Riela (Lo Outro Del Uno), de Molina, será um dos destaques e o espetáculo de abertura do GUIdance, nesta quinta, 6, voltando a artista a desafiar os dogmas do estilo.
O Festival Internacional de Dança Contemporânea de Guimarães encerrará no dia 15, com La Consagración de la Primavera, de Israel Galván, pioneiro da reinvenção do flamenco, subvertendo os seus códigos, aqui entrelaçados com a partitura de Igor Stravinsky.
![](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2025/02/250206_175-La-Consagracion-de-la-Primavera-IsraelGalvan%C2%A9Jean-Louis-Duzert_HRx-1600x980.jpg)
O programa desta 14ª edição baseia-se na ideia de “outralidade”, um neologismo que implica, mais do que o reconhecimento do lugar da diferença, a sua incorporação “na forma como nos descobrimos a nós mesmos”. “Uma ideia especulativa, forte, de que o desenvolvimento do nosso conhecimento próprio deve cada vez mais considerar, como energia fundamental, a relação de curiosidade e empatia por todo o entorno existencial, gerador de todo e qualquer contexto”, explica Rui Torrinha, diretor artístico do GUIdance.
Entre os artistas portugueses, refira-se Clara Andermatt, que traz Sensorianas (dia 13), uma peça inspirada na cultura persa. Vera Mantero e Susana Santos Silva estreiam o Zona Franca, ciclo interdisciplinar em que a prática coreográfica dialoga com a música autoral. Do cruzamento do imaginário da coreógrafa e da saxofonista nasceu a performance Nuvem Nove (neste sábado, 8), com “dois corpos em movimento, suspensos no tempo, a fluir no espaço, a respirar, desnorteados”.
![](https://images.trustinnews.pt/uploads/sites/5/2025/02/250206_3_Fabio-Sau-1x-1600x1068.jpg)
Destaque ainda para o trabalho irreverente e divertido da coreógrafa italiana Silvia Gribaudi, Graces (sábado, 8), a contornar estereótipos, inspirado na escultura As Três Graças, de Antonio Canova, que tem por base as três figuras da mitologia grega, Aglaia, Euphrosyne e Thalia. A mostrar que há lugar para todos os corpos na dança.
GUIdance > Centro Cultural Vila Flor, Centro Internacional das Artes José de Guimarães e Teatro Jordão, Guimarães > 6-15 fev > €5 a €15