Vai durar 100 dias (mais um mês e meio do que o habitual) a sétima edição da Contextile, a Bienal de Arte Têxtil Contemporânea nascida em 2012, logo após a Guimarães – Capital da Cultura. Deste sábado, 7, e até 15 de dezembro, dez espaços de Guimarães enchem-se com arte contemporânea e cultura têxtil através de exposições, workshops, performances e conversas, com o Canadá como país-convidado.
Este ano, o Toque (in.touch em inglês) foi o tema escolhido “no sentido abstrato de tocar o outro, as pessoas, a comunidade, o território”, realça Joaquim Pinheiro, diretor da Contextile, organizada pela cooperativa Ideias Imergentes. “Cada vez mais vivemos numa realidade virtual, com o toque do computador, do smartphone ou do portátil… Partindo do têxtil e de quando tocamos uma peça de roupa, pretende-se falar da necessidade do toque do outro”, reforça.
Uma das novidades desta edição será a realização das residências artísticas durante a Bienal, já neste mês de setembro. Serão nove artistas (todas mulheres): oito estrangeiras, do Japão, Argentina, Malta, Canadá, Lituânia, França e Espanha, e uma portuguesa, Flávia Vieira, que vão trabalhar em contacto com o território da indústria têxtil e do bordado de Guimarães. O resultado das obras será exposto a partir de 12 de outubro no Convento dos Capuchos (antigo Hospital).
Um dos focos principais da Contextile continua a ser a exposição internacional (patente no Palácio Vila Flor) que voltou a registar “um recorde de participações” durante a convocatória: mais de 1300 artistas de 79 países. Destes, foram selecionadas 57 obras de 50 artistas oriundos de 29 países.
Outra novidade será a exposição individual do artista em destaque, a título póstumo: o catalão Josep Grau-Garriga (falecido em 2011). A mostra Los hilos de la memoria, patente no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) apresenta instalações de grande escala em diferentes materiais do artista que passou pela Bienal Internacional de Tapeçaria de Lausanne (entre 1965 e 1969) e um dos pioneiros da tridimensionalidade na tapeçaria.
Já no Palacete Santiago, no Museu Alberto Sampaio, e na Sociedade Martins Sarmento, serão expostas as obras de 11 artistas do Canadá, no seguimento de uma parceria antiga com a BILP – Biennale Internationale du Lin de Portneuf (Quebéc/Canadá), que ligam o têxtil a novas abordagens conceptuais.
Abertas ao público estão ainda as Textile Talks (na Plataforma das Artes), conversas que vão refletir sobre o têxtil no contexto da arte contemporânea internacional, e os workshops (nos Ateliers Fornos Cruz de Pedra) que ensinam os pontos do bordado tradicional de Guimarães, a transformar papel em fios, a tricotar ou a incorporar imagens fotográficas na indústria têxtil. Em suma, serão 100 dias a tecer novos caminhos para o têxtil.
Contextile – Bienal de Arte Têxtil Contemporânea > 7 set-15 dez > vários locais em Guimarães > a partir €5, €12/famílias < 12 anos grátis; workshops €45 > programa completo em contextile.pt