1. Primavera Sound
Porto 7 a 10 de junho
A primeira edição do Primavera Sound, no Porto, já aconteceu há 11 anos, e pode dizer-se que foi logo a partir de 2012 que este festival, pré-verão, se impôs como um dos mais atraentes – quer pelo modo como ocupou o Parque da Cidade quer pela exigência do cartaz, que segue as linhas do Primavera original, nascido em Barcelona, em 2001: mistura de novas tendências, de vários géneros musicais, com grandes nomes que, muitas vezes, estavam afastados dos palcos e não tocavam em mais lado nenhum. É um excelente festival para se divagar, sem destino certo, pelos palcos, porque é fácil fazer ali boas descobertas, em vez de irmos sempre na direção do que já conhecemos.
No campo dos reencontros com os consagrados, sublinhem-se, neste ano, os concertos dos britânicos Pet Shop Boys (dia 9, às 22h) e dos Blur (dia 10, 00h50), repetentes deste festival, mas que chegam agora com um novíssimo álbum para apresentar (The Ballad of Darren tem lançamento previsto para 21 de julho). Nas duas primeiras noites, o destaque vai para as atuações tardias da estrela do hip-hop Kendrick Lamar (dia 7, 00h20) e da espanhola Rosalía (dia 8, 00h40), com o arrebatador flamenco 2.0 para o século XXI. Entre muitas outras bandas, há que realçar os New Order, Gilla Band, The Murder Capital, Bad Religion, Le Tigre, St. Vincent, Arlo Parks, Sparks… – e, claro, os norte-americanos Shellac, que não falham nenhuma edição.
2. Jardins do Marquês
Oeiras 27 de junho a 2 julho e 5 de julho
No site do festival recomenda-se “o uso de calçado confortável, bem como que se faça acompanhar de agasalho”. O target, está visto, não é de jovens sequiosos por riscos e aventuras… Nesta terceira edição, tudo começa com Michael Bolton (a 27) e continua com o fado de Sara Correia, no dia seguinte. António Zambujo, Camané e Ricardo Ribeiro, juntos, homenageando a música popular brasileira, cantam no dia 29. A brasileira trans Liniker (30), Maria Bethânia (1 de julho), Pink Martini (2) e Joss Stone (5) são apostas fortes para estas noites, nos Jardins do Marquês de Pombal, em Oeiras.
3. Med
Loulé 30 de junho a 2 de julho
O centro histórico de Loulé recebe, desde 2004, um ambicioso festival de músicas do mundo. Nesta 19.ª edição, destaque para as presenças no Algarve do ícone do reggae Horace Andy, a inconfundível dupla maliana Amadou & Mariam, os míticos cabo-verdianos Bulimundo, o festivo sírio (apesar do ar sempre sério) Omar Souleyman e o piano e a voz poderosa da norte-americana Sarah McCoy. A música nacional está muitíssimo bem representada, com concertos da dupla Bandua, recriando as nossas tradições, Pedro Mafama, Sétima Legião, Sara Correia, Club Makumba, Lavoisier e Bateu Matou.
4. Sumol Summer Fest
Costa da Caparica 30 de junho e 1 de julho
Este festival, que junta à música o entusiasmo pelo surf, o skate e as culturas urbanas, muda de poiso nesta 13.ª edição. Deixa a carismática Ericeira e assenta arraiais no Parque de Campismo do Inatel, junto à Praia de São João, na Costa da Caparica.
Para a primeira noite, estão confirmadas as atuações de Mishlawi, Bárbara Bandeira, Profjam, Aya Nakamura e o jamaicano Popcaan. A 1 de julho, é a vez de Children of Zeus, Mizzy Miles & Friends, Guerrilla Girls (com Blaya, Carla Prata, Cíntia, Eva Rap Diva, Muleca XIII, TVON e DJ Allexia), Iann Dior, Matuê, nome central do trap feito no Brasil, e o grande cabeça de cartaz desta edição do Sumol Summer Fest: o rapper norte-americano Wiz Khalifa. Aulas e exibições de surf, skate e danças urbanas completam a programação.
5. Lisb-On
Lisboa 30 de junho a 2 de julho
Há mudanças no Lisb-On, o festival descontraído e cool que, desde 2014, fechava a época, em setembro, bem no centro de Lisboa, no Parque Eduardo VII. Agora vai acontecer muito mais cedo, de 30 de junho a 2 de julho, e, tal como no ano passado, ocupará o Jardim Keil do Amaral, em Monsanto.
Mas a lógica continua a ser a mesma: uma aposta na música eletrónica e nalgum pop menos óbvio e o foco na sustentabilidade, com várias medidas de diminuição do impacto ambiental de um festival urbano. Jungle (em modo DJ set), o clássico grupo de disco e soul Sister Sledge (formado em Filadélfia, em 1971), o rapper norte-americano Freddie Gibbs, o italiano Donato Dozzy, Moullinex & GPU Panic (Live), Quantic, DJ Nobu e Ben Böhmer são alguns dos nomes confirmados. O passe para os três dias custa €120.
6. Rolling Loud
Portimão 5 a 7 de julho
O Rolling Loud é uma marca forte na indústria musical desde que se estreou, em 2015, em Miami, Flórida, EUA. Entretanto, espalhou-se por vários pontos do globo. A sua identidade está ligada à cultura hip-hop made in USA, uma das grandes exportações culturais norte-americanas das últimas décadas. Pela segunda vez em Portugal, na Praia da Rocha, o festival recebe três cabeças de cartaz, com destaque para Travis Scott (logo na primeira noite, 5 de julho), a que se juntam Playboi Carti (6) e Meek Mill (7). T-Rex, Sippinpurpp e Wet Bed Gang são alguns dos portugueses que se juntam à festa, entre dezenas de outras atuações.
7. Cool Jazz
Cascais 8, 9, 16, 19-20, 22-23, 26-27 e 29 de julho
Tem três palcos (a saber: o Hipódromo Manuel Possolo, o Parque Marechal Carmona e os jardins da Casa de Histórias Paula Rego, em Cascais), mas não é o clássico festival de verão, em que se concentram, em poucos dias, milhares de pessoas que têm de optar entre concertos simultâneos… O Cool Jazz – que, como sempre, oferece muito mais do que jazz – divide-se por vários fins de semana de julho, apresentando, em noites que se esperam quentes, vários trunfos que seduzem um público mais maduro. Lionel Richie (dia 8), os noruegueses com um fraquinho por Portugal, Kings of Convenience (19), os virtuosos Snarky Puppy (20), a lenda Van Morrison, com 77 anos (22), Ben Harper (26), Tiago Bettencourt (27) e Norah Jones (29) são os nomes que surgem em grandes maiúsculas no cartaz; mas há outros (como Filipe Karlsson, Bruno Pernadas, Filho da Mãe, Nena, as Golden Slumbers ou João Só), que também vão marcar esta edição do Cool Jazz.
8. NOS Alive
Algés 6 a 8 de julho
O NOS Alive impôs-se como o grande festival de verão português e o que melhor soube (a par do NOS Primavera Sound) atrair público estrangeiro. No balanço da edição de 2022, com uma média de 85 mil espectadores por dia, contavam-se 60 mil portugueses e 25 mil estrangeiros, originários de 98 países. A qualidade e a variedade do cartaz são os grandes argumentos, e a localização, às portas de Lisboa, em Algés, também ajuda a atrair multidões.
Álvaro Covões, o criador do festival com a sua Everything Is New, gosta de dizer que não há palcos principais e secundários, mas o enorme Palco NOS sobressai e é, de longe, o que consegue chegar a mais espectadores. Por aí, ao longo dos três dias de NOS Alive, vão passar: Puscifer, The Driver Era, The Black Keys e Red Hot Chili Peppers (dia 6); Idles, Lizzo, Linda Martini (numa conquista rara para uma banda rock nacional), Arctic Monkeys e Lil Nas X (7); e Carolina Deslandes e Bárbara Tinoco, Rüfus Du Sol, Machine Gun Kelly, Queens of The Stone Age (que têm disco novo a sair a 16 de junho) e Sam Smith (8). Mas os habitués do NOS Alive sabem que muitos dos mais míticos concertos da história do festival acontecem no atual Palco Heineken (já teve outras designações), onde nem sempre há lugar para todos. Por lá vão passar, neste ano, entre outros, Spoon, Ibibio Sound Machine, Xinobi (dia 6), The Amazons, Morad, Girl in Red (7), King Princess, Branko e Angel Olsen (8).
9. FMM
Porto Covo e Sines 22 a 24, 26 a 29 de julho
Em julho, todos os anos, os caminhos dos mais variados músicos dos quatro cantos do planeta vão dar a Sines. O discreto, sábio e carismático diretor do Festival Músicas do Mundo, Carlos Seixas, continua a garantir uma programação diversa e de excelência. Tudo começa com três de dias de aquecimento, em Porto Covo, com bons concertos de entrada livre. Já em Sines, em vários palcos, destaque para as guitarras dos tuaregues Tinariwen, a mexicana Lila Downs, a nigeriana Nneka ou os moçambicanos Ghorwane, entre muitos outros. E claro que também há lugar para a música portuguesa – A Garota Não, Tó Trips, Rita Vian, Maria João, com o quarteto de Carlos Bica, por exemplo, vão passar por Sines em 2023.
10. Super Bock Super Rock
Meco 13 a 15 de julho
Um dos clássicos na história dos festivais de verão em Portugal e, certamente, o que mais se metamorfoseou ao longo dos tempos, experimentando várias fórmulas. No ano passado, devido ao alto risco de incêndios em todo o País, o Super Bock Super Rock teve uma mudança de última hora e realizou-se no Parque das Nações, Lisboa. Mas, neste ano, já está prometido o regresso à Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco. Bons argumentos em cima dos palcos não faltam: Róisín Murphy, Father John Misty, Black Country, New Road, The Legendary Tigerman, Franz Ferdinand, The Offspring e um DJ set de James Murphy (dos LCD Soundsystem) atuam logo no primeiro dia; Sam The Kid com Orelha Negra, Nile Rodgers & Chic, Wu-Tang Clan, The 1975 e Charlotte De Witte são os nomes fortes de 14 de julho. No último dia, destaque para L’Impératrice, Parov Stelar, Kaytranada, Ezra Collective e Steve Lacy. O Palco LG by Rádio SBSR.FM, com curadoria da rádio SBSR, dedica-se à música nacional, entre revelações e consagrados (Noiserv, Amaura, Glockenwise, Tomás Wallenstein e Surma são alguns dos nomes confirmados).
11. Marés Vivas
Vila Nova de Gaia 14 a 16 de julho
Um momento alto da edição de 2023 do Marés Vivas será, certamente, a noite de 14 de julho, com a atuação dos regressados Da Weasel (que fizeram história no NOS Alive, em Algés, no ano passado). Mas há mais nomes fortes neste festival urbano, que junta públicos de várias gerações: Jorge Palma, Slow J, Os Quatro e Meia, Carolina Deslandes e Bárbara Tinoco, Cláudia Pascoal, Fernando Daniel, J. Balvin, Black Eyed Peas, The Script e Xavier Rudd.
12. Sudoeste
Zambujeira do Mar 9 a 12 de agosto
A palavra “sudoeste” evoca, por si, todo o imaginário de festivais de verão, que foi crescendo em Portugal desde o fim do século passado. Há um antes e um depois da primeira edição deste festival, em 1997, na Herdade da Casa Branca, a dois passos da Zambujeira do Mar. Nunca a promessa de liberdade e de fuga da cidade tinha feito tanto sentido para um público, que estava a descobrir todo o potencial destas iniciativas. Mas também houve um antes e um depois na história do próprio festival. Durante anos, tinha no cartaz grandes nomes da música pop-rock (sempre com atenção aos músicos nacionais). No século XXI, a sua identidade mudou: virando-se mais para a eletrónica e o hip-hop, passou a querer atrair um público adolescente, que, muitas vezes, ali vive uma espécie de ritual iniciático nestas lides (o bilhete dá direito a campismo grátis, durante nove dias). Na programação desta 25ª edição, destaque para as atuações dos DJ superstars David Guetta, Hardwell e Steve Aoki.
13. Neopop
Viana do Castelo 10 a 12 de agosto
No Forte de Santiago da Barra, em Viana do Castelo, o Neopop (que já vai na 16.ª edição) impôs-se como um festival de nível internacional para um público que procura os melhores nomes da música eletrónica atual, com destaque para a tecno e todas as suas variantes. Apesar de acontecer na cidade, tem uma zona de campismo gratuita para os portadores do passe de três dias (€105). Pelos dois palcos vão passar DJ de várias partes do mundo, como Nina Kraviz, Charlotte de Witte, Frank Maurel, Héctor Oaks, Patrick Mason, Rui Vargas, Imogen. Ali, o ambiente de rave só termina quando o Sol já vai alto…
14. Vodafone Paredes de Coura
Paredes de Coura 16 a 19 de agosto
Nas margens do rio Coura, e com a praia fluvial do Taboão como ponto de encontro e de mergulhos, este festival soube impor-se, desde 1993, como local de romagem de um público mais dado à música indie e alternativa (ainda que este rótulo faça cada vez menos sentido…), que valoriza, e muito, os nomes anunciados a cada ano. Aqui, não interessam só a festa e a descontração estival: a música é mesmo importante. E em 2023 essa atenção dos programadores está, de novo, bem presente. Por Paredes de Coura vão passar, entre outros, Lorde, Jessie Ware, Yo La Tengo (que editaram, já este ano, o excelente This Stupid World), Dry Cleaning, Squid, Tim Bernardes (adivinha-se mais um momento especial de comunhão do brasileiro com o público português), Little Simz, Black Midi, Kokoroko, Wilco, Sleaford Mods e uma das grandes figuras do ano da música portuguesa: A Garota Não.
15. MEO Kalorama
Lisboa 31 de agosto a 2 de setembro
Quando parecia que já não havia lugar para mais um grande festival de verão em Portugal, o MEO Kalorama conseguiu impor-se, no ano passado, com dois argumentos decisivos: a facilidade de acesso (ao Parque da Bela Vista, bem conhecido do público festivaleiro por ser aí que, desde 2004, se realiza o Rock in Rio, é possível chegar de metro, autocarro e até a pé, a partir de muitas zonas de Lisboa) e, sobretudo, um cartaz recheado de nomes fortes, em três palcos. Em 2022, houve alguns problemas com a contaminação sonora entre os palcos, em concertos que ocorriam em simultâneo, ficando, no fim, a promessa de uma solução.
Já em 2023 haverá cinco palcos, incluindo o novo Panorama, dedicado à música eletrónica de dança, a funcionar desde a abertura de portas até à hora de encerramento. Também a ligação ao universo das artes urbanas promete ser mais ambiciosa.
Quanto aos artistas presentes, destaque para os canadianos Arcade Fire, o regresso de Siouxsie aos concertos (depois de ter sido uma figura central na new wave dos anos 70-80), a festa sempre garantida de Florence & The Machine, os Yeah Yeah Yeahs (com novo disco na bagagem, após nove anos sem editarem), Belle and Sebastian, M83, a sempre surpreendente venezuelana Arca, o já clássico, mas ainda desconcertante, nome da eletrónica Aphex Twin, Metronomy, Foals, o rock destravado de Amyl and the Sniffers, a exuberância do brasileiro Pabllo Vittar, entre outros… A música portuguesa e lusófona também brilhará com nomes como Dino D’Santiago, Rita Vian, Selma Uamusse, Eu.Clides, Scúru Fitchádu, Pongo ou os Capitão Fausto.
16. Vilar de Mouros
Vilar de Mouros 24 a 26 de agosto
Ainda não há nomes oficialmente anunciados para o mais mítico dos festivais de verão portugueses (na memória de alguns ainda estão os anos de 1971, com a presença de Elton John na aldeia minhota, e de 1982, com o concerto de uns jovens U2).
Neste ano, a organização promete um “salto qualitativo” (sendo que a fasquia está alta: em 2022, tocaram, por exemplo, em Vilar de Mouros, Peter Murphy, Iggy Pop, os Placebo e os Suede).
Ainda por confirmar, mas é quase certa, está a atuação dos norte-americanos Limp Bizkit, de Fred Durst, nome central do movimento nu metal, surgido nos anos 90, que cancelaram o concerto na edição do ano passado deste festival.
17. O Sol da Caparica
Costa da Caparica 17 a 20 de agosto
Já vai na oitava edição, este festival, sempre com a marca da Câmara Municipal de Almada, que aposta em levar, em pleno agosto, um público diversificado à Costa da Caparica. O cartaz, como sempre, faz-se de músicos nacionais e lusófonos. Para esta edição, há algumas novidades prometidas: por exemplo, um novo palco dedicado aos novos talentos (palco Red Tazz) e a Vila do Vinho, com a presença de quatro regiões vitivinícolas nacionais. Nininho Vaz Maia, Carolina Deslandes, Chico da Tina, José Cid, Paulo Gonzo, Mariza, Matias Damásio, Bispo, Tabanka Djaz, Ena Pá 2000, Pedro Mafama, Jéssica Pina, Valete e Regula são alguns dos nomes já confirmados.
Outros festivais
18. RFM Somnii
Anunciado como “o maior sunset de sempre”, leva vários DJ à Praia do Relógio, na Figueira da Foz. Figueira da Foz > 7 a 9 de julho
19. BOOM
É muito mais do que um festival de música e atrai gente de todo o mundo. Por esta altura, conseguir um bilhete é quase um milagre. Idanha-a-Nova > 20 a 27 de julho
20. VAGOS METAL FEST
Dedicado ao rock mais pesado, há grandes nomes na edição deste ano, como Sepultura e Ugly Kid Joe. Vagos > 3 a 5 de agosto
21. SONIC BLAST
Festival dedicado, sobretudo, ao rock psicadélico e stoner. Destaque, neste ano, para a presença de Thurston Moore Group, The Black Angels e A Place to Bury Strangers. Caminha > 10 a 12 de agosto
22. Festival do Crato
Mistura de artesanato, gastronomia e muita música, tem no cartaz de 2023 nomes como Two Door Cinema Club, Goran Bregovic, Diogo Piçarra, Wet Bed Gang e Julinho KSD. Crato > 22 a 26 de agosto
23. Extramuralhas
Ainda não é este ano que o “festival gótico” volta ao interior do castelo de Leiria. Há concertos grátis no Jardim Luís de Camões (por exemplo, The Young Gods, dia 24) e pagos, no Teatro José Lúcio da Silva. Leiria > 24 a 26 de agosto