1. Jazz em Agosto, Lisboa
Agosto, já se sabe, é mês de jazz na Gulbenkian, em Lisboa. A exemplo de outras edições, a música começa este ano a ouvir-se ainda em julho, com uma programação dedicada às cidades enquanto entidades modeladoras da música aí criada. “A associação de cenas musicais a determinadas cidades e regiões não acontece por acaso. A música não nasce isolada do ambiente social, político, económico e cultural do meio em que se desenvolve, e torna-se, em muitas ocasiões, um lugar de expressão em que todas estas dimensões se materializam”, diz Rui Neves, histórico diretor artístico do festival, lembrando o punk londrino de final dos anos 70 ou a soul clássica da década anterior, em Detroit e Memphis, indissociável da luta pelos direitos civis nos EUA, mas também o tango de Buenos Aires, o fado de Lisboa, o hip-hop de Nova Iorque ou o reggae de Kingston. A proposta deste ano passa precisamente por aí, uma viagem pelas cidades onde o jazz vive atualmente “uma pulsação mais intensa e criativa”, como Chicago, Lisboa, Londres e Nova Iorque.
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Os primeiros a subir ao palco do anfiteatro ao ar livre da Gulbenkian são os Irreversible Entanglements, formados em 2015, após um concerto em que decidiram juntar-se a uma manifestação contra a violência policial nos EUA, tornando-se desde então nomes de proa da International Anthem, uma das editoras mais desafiadoras de Chicago, pelo vanguardismo e também pela dimensão social e política da música, à volta da qual gravitam nomes como Nicole Mitchell, Jaimie Branch ou Damon Locks (com o coletivo Black Monument Ensemble), todos eles presentes no Jazz em Agosto deste ano.
A jornada continua em Londres, ao som do quarteto Amed que recupera a obra de Abdul-Malik, divergindo depois para Lisboa e Nova Iorque. Primeiro pelas mãos de Carlos Zíngaro, João Lencastre, Pedro Carneiro e Rodrigo Pinheiro, enquanto Ava Mendoza, Kris Davis, Nate Wooley, Chris Corsano e o obrigatório John Zorn (já um habitué do festival) transportarão o público de novo para o outro lado do Atlântico. A música, afinal, tem o poder de encurtar distâncias. M.J. Fundação Calouste Gulbenkian > Av. de Berna, 45 A, Lisboa > T. 21 782 3000 > 30 jul-7 ago > €5 a €90 (passe)
2. Porto Blues Fest, Porto
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A concha acústica dos jardins do Palácio de Cristal volta a receber este festival dedicado aos blues, que este ano leva ao Porto uma verdadeira instituição: os Dr Feelgood, cujo nome se confunde com a própria história do blues rock das últimas décadas. Além dos norte-americanos, que encerram a edição deste ano, o cartaz conta com Budda Guedes e Danny del Toro, Peter Storm & the Blues Society, Janice Harrigton, The Smokestackers e Alexandre da Mata & The Black Dogs. M.J. Jardins do Palácio de Cristal, Porto > 29-30 jul, sex-sáb 18h30 > €20 e €30 (passe) > portobluesfest.pt
3. Festival Matosinhos em Jazz, Matosinhos
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O último fim de semana do festival termina em grande, com duas bandas e duas orquestras em palco a atuarem na Praça Guilhermina Suggia, em Matosinhos. Nesta sexta, 29, a Orquestra de Jazz de Matosinhos junta-se a Manuel Azevedo e aos Clã, que substituem a cantautora Rebecca Martin, num concerto onde serão revisitados temas de, entre outros, Tom Waits, Beatles, Elvis Costello, Chico Buarque, Serge Gainsbourg e Queens Of the Stone Age. No dia seguinte, sábado, 30, o Matosinhos em Jazz encerra com a atuação dos GNR de Rui Reininho, Toli César Machado, Jorge Romão e Telmo Marques, com novos arranjos em versão sinfónica, acompanhados pela Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. F.A. Praça Guilhermina Suggia, Matosinhos > 29-30 jul, sex-sáb 22h > grátis
4. Festival de Jazz Bernardo Sassetti, Loulé
Loulé recebe a primeira edição deste festival, criado pela Casa Bernardo Sassetti e que pretende ser um evento itinerante a acontecer, todos os anos, numa cidade diferente. Durante quatro dias, será possível assistir a concertos de músicos como Salvador Sobral, Clã (que substituem a norte-americana Rebecca Martin), Orquestra Jazz de Matosinhos, Mário Barreiros, Mané Fernandes ou Daniel Bernardes, entre outros, numa programação que conta ainda com quatro jam sessions diárias. M.J. Cerca do Convento do Espírito Santo e bar Bafo de Baco, Loulé > 28-31 jul, qui-dom 21h > €35 (passe)
5. Festival das Artes QuebraJazz, Coimbra
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A 13ª edição do Festival das Artes Quebra Jazz recebe nesta sexta, 29, a atuação do Quarteto César Cardoso num cenário emblemático de Coimbra: as Escadas do Quebra Costas, que ligam a Baixa à Alta da cidade. Composto por César Cardoso, Demian Cabaud, Óscar Graça e Pedro Felgar, o quarteto regressa com uma formação típica no jazz, com saxofone, piano, contrabaixo e bateria. No sábado, 30, no mesmo local, atua o Quarteto Luís Cunha. O festival continua até 13 de agosto, com nomes conhecidos da cena jazzistica a passarem pelas Escadas do Quebra Costas como Marta Hugon (6 ago), Trio Jeffery Davis (13 ago), ou, entre outros, o Quarteto Mário Barreiros (20 ago). F.A. Escadas do Quebra Costas, Coimbra > 29-30 jul, sex-sáb 22h30 > grátis
6. XJazz – Encontros de Jazz nas Aldeias do Xisto, Sobral de São Miguel, Covilhã
Como tem sido habitual no verão, artistas nacionais e estrangeiros levam a música às Aldeias do Xisto, cruzando a identidade cultural com as paisagens e a arte sonora. Neste sábado, 30, é a vez da aldeia de Sobral de São Miguel (com menos de 300 habitantes), situada no concelho da Covilhã, receber a música tradicional de Amélia Muge (21h30). A ocasião assinala a abertura da Loja Aldeias do Xisto e da Casa do Saber Fazer. O festival terminará no dia 24 de setembro com a dupla brasilera Pedro & Mel na aldeia de Cerdeira, na Lousã. F.A. Sobral de São Miguel, Covilhã > 30 jul, sáb 21h30 > grátis