
Nos vários projetos expostos em Paralell Nippon, estão trabalhos dos prémios Pritzker japoneses, no total, seis galardoados até hoje: Kenzo Tange (1987), Fumihiko Maki (1993), Tadao Ando (1995), Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa/Sanaa (2010), Toyo Ito (2013) e Shigeru Ban (2014)
Quando se pensa na mitologia urbana, ou se considera a dimensão futurista da arquitetura, as hipóteses de nomear um exemplo japonês são elevadas: dos arranha-céus da Tóquio insone às soluções pocket size das microcasas, arrumadas em impossíveis cantos e corredores de Osaka ou Suginami, esta é toda uma paisagem urbana inovadora. Sem falar na cultura da depuração, entre o espírito Muji e a elegância ancestral, que atravessam os projetos contemporâneos. A oportunidade de ter uma visão de conjunto sobre esta inspiração, e sobre o país, na viragem do século XX para o XXI, apresenta-se no Museu do Oriente: Paralell Nippon – Arquitetura Japonesa Contemporânea 1996-2006 mostra 102 projetos, realizados no país ou concebidos por arquitetos japoneses.
O modelo expositivo é clássico: maquetas, plantas e fotografias recriam, na medida do (im)possível, o impacto destes edifícios, sejam museus, hospitais, casas particulares e sedes de empresas, jardins, aeroportos, templos ou estações de metro. Arrumam-se sob quatro temas: cidade, vida, cultura e habitação. Mas muitos projetos diluem estas fronteiras artificiais. Veja-se o Museu de Arte Contemporânea do século XXI, em Kanazawa (2004), criação emblemática da dupla Sanaa (Kazuyo Sejima e Riyue Nishizawa): uma nave circular pousada no chão, rodeada de janelas em estreita proximidade espiritual com o jardim. Há outros projetos icónicos para ver: a mediateca de Sendai (2000), de Toyo Ito, o centro de reabilitação psiquiátrica infantil (2006), de Sou Fujimoto, as construções em tubos de cartão de Shigeru Ban… Pensamento construído.
Paralell Nippon – Arquitetura Japonesa Contemporânea 1996-2006 > Museu do Oriente > Av. Brasília, Doca de Alcântara Norte, Lisboa > T. 21 358 5200 > até 28 ago > ter-dom 10h-18h