Primeiro foi o ator francês Alain Delon – no auge da sua juventude, com 25 anos, e a caminho de se tornar um sex symbol – a dar corpo a Thomas Ripley em À Luz do Sol (Plein Soleil, 1960), de René Clément. A enigmática personagem literária criada pela escritora norte-americana Patricia Highsmith (1921-1995), protagonista dos seus thrillers criminais publicados entre 1955 e 1991, voltaria ao cinema quando Anthony Minghella realizou O Talentoso Mr. Ripley (1999), encarnada por Matt Damon.
Vinte e cinco anos passados, este homem sedutor, manipulador e dissimulado ganha um novo élan com o irlandês Andrew Scott (All of Us Strangers, Fleabag). Agora, em versão minissérie de oito episódios assinada por Steven Zaillian, cocriador da minissérie The Night Of e autor dos argumentos das longas O Irlandês, Gangues de Nova Iorque, American Gangster e A Lista de Schindler.
A narrativa não foge à original, fixando a ação na década de 1960, quando um vigarista em Nova Iorque é contratado por um abastado industrial para viajar até Itália. A sua missão é fazer com que Dickie Greenleaf (Johnny Flynn), diletante filho do empresário, volte para casa.
Alguém morreu em Roma, um cadáver foi encontrado na estrada antiga Via Ápia e Tom Ripley está desaparecido. É um homem difícil de encontrar, não inspira confiança, mas todos se deixam persuadir pelo seu charme. Chegado a Itália, Ripley muda-se para casa de Dickie, apropriando-se da sua forma de vida, dos trejeitos e expressões, dos bens e das pessoas mais próximas, como Marge Sherwood (Dakota Fanning).
Daí em diante, segue-se uma série de enganos, mentiras, fraudes e um assassínio, num tom dramático e sofisticado da imagem a preto-e-branco.
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