O projeto de reabilitação da zona central da frente ribeirinha, junto ao Terreiro do Paço, está terminado e a partir deste sábado, 1, ganha-se mais um bocadinho de vista rio, com novas áreas de lazer e propostas de passeios de barco no Tejo. Depois da reposição do Muro das Namoradeiras e de oito candeeiros antigos, e da retirada do aterro, junto ao Cais das Colunas, abre ao público a Estação Sul e Sueste e a zona da Doca da Marinha.
A reabilitação do edifício modernista (1929), do arquiteto Cottinelli Telmo, encerrado há 25 anos, ficou nas mãos de Ana Costa. “A intervenção quis-se discreta, manteve-se a proporção, escala e elementos, mas foi uma superobra de engenharia porque o edifício está assente sobre lodo e teve de ser reforçado estruturalmente”, explica a arquiteta, neta de Cottinelli Telmo. A estação “recupera a sua função original adaptada aos dias de hoje, que já não é a de ligação à ferrovia sul e sueste, mas um grande centro de atividades de lazer marítimo-turísticas ligadas à fruição do rio, com barcos-táxi, projetos hop on hop off, veleiros…”, refere Vítor Costa, presidente do Turismo de Lisboa.
Mármore, mosaico cerâmico e hidráulico, caixilharia e azulejos originais foram mantidos e restaurados, respeitando o projeto inicial da estação que agora acolhe uma cafetaria com esplanada virada ao rio, nove operadores turísticos e o Centro Tejo, onde se desafia a descobrir o outro lado do rio e tudo o que a ele está ligado, desde a construção naval (uma das salas tem um costado de varino construído por Jaime Costa) a ecossistemas, museus, memórias e pessoas (a entrada é grátis).
No final deste ano, espera-se a conclusão e abertura do restaurante projetado pelo arquiteto João Carrilho da Graça, que completará a intervenção na Doca da Marinha.
No exterior, através da nova praça, acede-se aos pontões e segue-se até à Doca da Marinha. Nesta área, projetada pelo arquiteto João Carrilho da Graça, há uma ampla zona de passeio com bancos-espreguiçadeiras e três quiosques com esplanada – todos com uma instalação de luz e cor de Julião Sarmento. Na doca, estão ancoradas 25 embarcações tradicionais, incluindo a Caravela Vera Cruz, que promovem passeios, deste e do outro lado do Tejo. Aproveite-se a maré, que a costa está livre.
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Estação Sul e Sueste e Doca da Marinha > Av. Infante D. Henrique, Lisboa > Centro Tejo e Estação: seg-dom 10h-19h > grátis