Quando João Falcato, diretor do Oceanário de Lisboa, lançou a Maya Almeida, artista plástica luso-britânica, o desafio de criar uma instalação artística sobre o mar português, a sua ideia era celebrar a sua biodiversidade, bem como a ligação profunda e identitária dos portugueses com o oceano. Após quatro meses de esboços e projetos, cinco meses com 11 equipas de filmagens no mar da Nazaré, do Algarve e dos Açores, e oito meses de pós-produção, Maya finalizou a obra, que acabou por transformar-se num tributo ao oceano através do mar de Portugal. “O oceano é nosso enquanto portugueses, mas também enquanto seres humanos”, explica João Falcato. “Tudo está dependente de um equilíbrio, no qual Homem e oceano são um só.”
Maya Almeida criou uma sala mergulhada no escuro, na qual dez ecrãs de cinco metros de altura conduzem o visitante numa viagem poética às profundezas da vida marinha. A artista fez muitas das filmagens em apneia, num processo de aproximação e conquista da confiança dos animais. O resultado são imagens intimistas de medusas, golfinhos, baleias, tartarugas, tubarões, cardumes de atuns e cavalas, que cruzam as águas ao ritmo de música clássica.
Entre a imensidão azul e a superfície do mar, vozes humanas acompanham a cadência das ondas e o rugido do vento, contando o amor pelo mar em várias línguas. “A relação humana com o mar é uma coisa que me interessa muito”, diz Maya, que trabalha pela primeira vez em Portugal, após ter emigrado para Inglaterra há 25 anos. Num País onde as fronteiras entre água, terra e céu se esbatem, a artista descobriu “uma beleza selvagem no mar português, capaz de unir pessoas do mundo inteiro”.
One, O Mar Como Nunca o Sentiu > Oceanário de Lisboa > Esplanada D. Carlos I, Lisboa > T. 21 891 7000 > seg-dom 10h-19h > €19, 4-12 anos e mais de 65 anos €13 (a exposição está incluída no bilhete de entrada no Oceanário)