1. Arco da Rua Augusta
É uma subida por etapas, esta que se faz ao Arco da Rua Augusta. Primeiro, de elevador até ao segundo andar; depois, a pé, escada em caracol acima. E são duas: 28 degraus até à Sala do Relógio, mais 45 até ao terraço, para ficar depois assoberbado pela panorâmica sobre o terreiro que se transformou em praça, imponente e aberta ao mundo. Com o rio Tejo sempre em pano de fundo, os olhos alcançam o Cristo Rei e a Ponte 25 de Abril, à direita, fazem uma pausa no Cais das Colunas, em frente, seguindo até à Sé, do lado esquerdo. As esculturas do francês Anatole Calmels, que rematam o topo do arco, agigantam-se em tamanho: Valor, uma mulher ladeada por um leão e enquadrada por estandartes militares, e Génio, um jovem alado, sentado numa pilha de livros e de lira na mão, coroados pela figura feminina Glória. Não há quem não as queira fotografar.
Cada um dos muretes é uma varanda onde apetece ficar perdido nos pormenores que este quadrado, a cerca de 40 metros acima do chão, permite alcançar. Uma espécie de tapeçaria a preto e branco parece forrar as ruas da Baixa: é a bonita calçada portuguesa, invadida pelo vaivém frenético de turistas e que nos distrai do Castelo de São Jorge e da Sé (novamente), à direita, ou das Ruínas do Carmo e do Elevador de Santa Justa, à esquerda. E só mesmo o sino no centro deste terraço, tornado miradouro desde agosto de 2013 (toca a cada meia hora, sincronizado com a mecânica do relógio), nos diz que já é tempo de ir embora.
R. Augusta, 2-10, Lisboa > seg-dom 9h-19h (1 nov-14 abr), 9h-20h (15 abr-15 mai, 1 set-31 out), 9h-21h (16 mai-31 ago) > €2,50, crianças até 5 anos grátis
2. Panorâmico do Monsanto
Basta pesquisar Panorâmico do Monsanto no Google e logo aparece a nova “função”: miradouro. É assim desde setembro, por iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, e depois de 16 anos votado ao abandono. É mais uma vida das várias que o edifício, desenhado pelo arquiteto Chaves da Costa, já teve desde que foi construído em 1968: restaurante de luxo, discoteca, sala para jogar bingo, escritórios e até um armazém de materiais de construção. A Câmara limpou o entulho, removeu estruturas metálicas partidas, emparedou algumas zonas e colocou gradeamentos para que o espaço pudesse ser visitado em condições de segurança. A vista panorâmica de 360 graus sobre a cidade e os cerca de 200 metros de altitude a que fica fazem deste lugar observatório privilegiado de Lisboa e arredores.
E se a pilhagem já esvaziou o Panorâmico e o vandalismo destruiu o que era possível – resta (ainda!) o bonito painel de azulejos de Manuela Madureira –, cada um encontrará agora a sua varanda preferida. No primeiro piso, onde existe uma espécie de varandim intermédio. Ou no terceiro piso, onde o painel cerâmico semicircular, de Manuela Ribeiro Soares, assinala a direção dos pontos de interesse à época, entre Carnide e a serra de Sintra. E se os antigos estádios da Luz e de Alvalade, o Hospital de Santa Maria, o Aeroporto ou o Viaduto Duarte Pacheco, foram fáceis de encontrar, a verdade é que a cidade mudou e as Amoreiras, que não estão neste mapa de 1966 desenhado à mão, tapam a Igreja da Graça. Um bom exercício que requer tempo, alguma paciência é certo, mas que nos faz querer voltar uma e outra vez.
Estr. da Bela Vista, Lisboa > seg-dom 9h-18h (última entrada 17h30) > grátis
3. Terraço do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT)
Não foi o ponto mais alto em que estivemos neste périplo pelos novos “miradouros” de Lisboa, mas talvez por causa da hora a que subimos ao terraço do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Belém, diríamos que vale bem a visita. Com o relógio a bater quase as seis da tarde em horário de inverno, e uma réstia de laranja no céu, as luzes da cidade já se acenderam e a vista desta varanda virada ao rio ganha outros encantos: a Ponte 25 de Abril desenhada com pontinhos de luz e o Cristo Rei, para a esquerda, a Central Tejo e o Padrão dos Descobrimentos, à direita. E em frente, o imenso rio que agora um rebocador atravessa, solitário e ao seu ritmo, até o perdermos de vista. Quando a equipa do ateliê de Amanda Levete visitou Lisboa pela primeira vez, em 2010, ficou “deslumbrada” com a localização do futuro MAAT, contou a arquiteta britânica por alturas da inauguração do museu, em outubro do ano passado. Mas o terreno, enfaixado entre o Tejo e a linha do comboio, trazia-lhes “um enorme problema para resolver”, disse também.
A solução passava por conciliar o edifício com o lugar e tirar partido disso. Foi assim que surgiu esta cobertura, a atingir a altura de 12,65 metros, na sua cota máxima, aonde se vai a qualquer hora sem ter que comprar bilhete. E onde também podemos voltar as costas ao rio para ver a colina que sobe até à Ajuda, o Palácio e a Torre Sineira, tudo iluminado.
Av. Brasília, Lisboa > T. 21 002 8130 > grátis
4. Experiência Pilar 7 – Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril
É impróprio para quem tem vertigens, escreva-se já a abrir o texto, mas, para quem não padece do “mal”, o miradouro no topo do Pilar 7 da Ponte 25 de Abril é a oportunidade de estar a 72 metros do chão, lado a lado com o tabuleiro rodoviário. Depois, e perante a varanda de vidro que se abre ao abismo, é avançar (sem medos!) para os 2,70 metros que tem aqui o miradouro e assim ter toda uma nova perspetiva sobre a zona ribeirinha de Belém, a outra margem e o Tejo.
A entrada faz-se pela Avenida da Índia (entre o Hotel Vila Galé Ópera, os terrenos do Museu da Carris e o cowork Village Underground) e até chegar lá acima percorre-se as entranhas desta estrutura oca em betão, que é o principal suporte da ponte nesta margem do Tejo e protege as principais amarrações dos cabos de sustentação. Em vários núcleos expositivos, conta-se a história e a engenharia da estrutura inaugurada em agosto de 1966. Como o trânsito na ponte provoca barulho e há vibrações no interior do pilar à passagem do comboio, tentou-se arranjar uma solução para o problema. Quando sentimos a estrutura tremer, dispara uma projeção, sincronizada com os horários da travessia rodoviária, e vê-se um comboio a vir na nossa direção. O efeito resulta melhor se já estiver na sala dos espelhos, que refletem o espaço até ao infinito.
Depois, volta-se a sair para um passadiço que é já uma varanda sobre a cidade, e de onde se acede ao elevador panorâmico que, em 40 segundos, nos leva 26 andares acima, até ao miradouro e à tal varanda de vidro que já se vê cá de baixo.
Ponte 25 de Abril > Av. da Índia, Lisboa > seg-dom 10h-18h (out-abr), 10h-20h (mai-set) > €6, estudantes e seniores €4, crianças até 5 anos e portadores Lisboa Card grátis, grupos (min. 10 pessoas) €4
5. Amoreiras 360° Panoramic View
São 30 segundos de elevador, uns quantos degraus, para ficar a 174 metros acima do nível do mar, num terraço de 180 metros quadrados. Lisboa fica aos nossos pés, os aviões aterram de dois em dois minutos, alguns pontos de referência: de um lado, o Farol do Bugio; do outro, os pilares da Ponte Vasco da Gama e o estuário do Tejo; mais perto, o Castelo de São Jorge, a Basílica da Estrela, o Aqueduto das Águas Livres, o hotel Sheraton… Há um banco para ali ficar sentado a ver (15 minutos é, no entanto, a duração máxima da visita). Se é ou não é “a” melhor vista de Lisboa, depende bastante de quem a qualifica e, na verdade, só interessa a organizadores de recordes do Guinness e afins. Idem idem, aspas aspas, para os epítetos de cidade branca e das sete colinas. Que é impressionante, lá isso é, ver Lisboa a partir do Amoreiras 360° – e, desde a inauguração, em abril de 2016, que o miradouro se tornou motivo de passeio para portugueses e estrangeiros (entre estes, brasileiros, ingleses, franceses, espanhóis e alemães são as nacionalidades mais frequentes).
A empresa proprietária do centro comercial, a Mundicenter, está, entretanto, a averiguar da possibilidade de construir um segundo anel de miradouro na zona hoje ocupada pela maquinaria dos ares condicionados, entre o 17º e o 18º piso. Última nota, em jeito de aviso: a panorâmica só não é vertiginosa porque esta parafernália amortiza bastante a sensação. É de ir e subir, sem medos, portanto. S.B.L.
Amoreiras Shopping Center > Av. Eng. Duarte Pacheco, Lisboa > seg-sex 10h-12h30, 14h30-22h, sáb-dom 10h-22h (no inverso, até às 18h) > €5, €3 (6-12 anos), crianças até 5 anos grátis, €14 (bilhete família)
E ainda…
6. Santuário Nacional
de Cristo Rei
110 metros
Da Margem Sul, vê-se a baía do Seixal, a serra da Arrábida ou o Castelo de Palmela; no lado de Lisboa, o vale de Alcântara, monumentos como o Palácio da Ajuda, o Castelo de São Jorge ou o Mosteiro de São Vicente de Fora. Alto do Pragal, Av. Cristo Rei, Almada > T. 21 275 1000 > 21 set-30 jun, seg-dom 9h30-18h; 1-14 jul e 1-20 set, seg-dom 9h30-18h45; 15 jul-
-31 ago, seg-dom 9h30-19h30 > €5, €2,50 (8 aos 12 anos), até aos sete anos grátis
7. Padrão dos
Descobrimentos
56 metros
Vê-se a zona ribeirinha, de Oeiras a Alcântara, os monumentos vizinhos da Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos, Palácio Nacional da Ajuda, e o desaguar do rio Tejo no Atlântico. Av. Brasília, Lisboa
> T. 21 303 1950 > out-fev: ter-dom 10h-18h (última admissão 17h30); mar-set: seg-dom 10h-19h (última admissão 18h30) > €5, maiores de 65 anos €2,50
8. Elevador de Santa Justa
45 metros
Chegando ao topo, a vista de 360 graus sobre a zona histórica de Lisboa permite observar o Castelo de São Jorge, a Sé, o Rossio, Praça da Figueira, Convento do Carmo e o Tejo. R. do Ouro, Lisboa >
T. 21 350 0115
> elevador: mai-out e semana da Páscoa, seg-dom 7h30-23h; nov-abr, seg-dom 7h30-21h; miradouro: mai-
-out e semana da Páscoa, seg-dom 9h-23h; nov-abr, seg-dom 9h-21h > elevador: €5,15 (válido duas viagens, inclui acesso ao miradouro); miradouro: €1,50
9. Basílica da Estrela
Para alcançar o terraço da Basílica é preciso subir 114 degraus. Lá de cima, avista-se a Tapada da Ajuda, Monsanto, o Jardim da Estrela, a Lapa, a Avenida Infante Santo
e, ao longe, a Ponte
25 de Abril. Lg. da Estrela, Lisboa > T. 21 396 0915 > seg-dom 10h-11h30, 14h-18h30 > €4
10. Telecabine Lisboa
30 metros
O percurso de 1230 metros leva-nos numa viagem entre a zona sul do Parque das Nações, junto ao Oceanário, e a zona norte, perto do hotel Sana Myriad. Estação Norte: Passeio das Tágides; Estação Sul: Passeio de Neptuno, Parque das Nações, Lisboa
> T. 21 895 6143 > seg-dom 11h-18h > €3,95 (ida), €5,90 (ida e volta); maiores de 65 anos €2 (ida), €3,35 (ida e volta); até aos 6 anos grátis
11. Elevador Panorâmico
da Boca do Vento
42 metros
Faz a ligação entre Almada Velha, no alto de uma colina, e o Jardim do Rio, à beira Tejo, junto ao Cais do Ginjal. Lg. da Boca do Vento, Almada > seg-dom 8h-24h > €1 S.L.F.