São João no Porto: cinco festas que não pode perder
Os dias mais longos da cidade do Porto incluem sardinha assada, manjericos, martelinhos e alho porro, balões de fogo lançados ao céu e, claro, muita música
Criatividade e arrojo não faltam às 250 propostas que chegaram à Fundação da Juventude no âmbito do 5º Concurso Martelinhos de São João, que tem como objetivo reiventar um dos ícones das festas, o martelo de plástico criado em 1963. “A quantidade e sobretudo a qualidade tem vindo a melhorar ao longo dos anos”, com propostas “naif e outras mais contemporâneas e tecnológicas”, salienta Maura Marvão, membro do júri. A exposição apresenta todas as propostas (169 nas categorias 2D e vídeo, e 46 objetos), entre as quais, os vencedores: o arquiteto André Barata Cruz com o desenho Peter van Click vai ao S. João (1º lugar) e Daniel Filipe Roque, com um martelo a homenagear o filme Aniki Bobó, de Manoel de Oliveira (2º lugar em 2D).
Palácio das Artes, Lg. São Domingos, 19 > até 6 jul, seg-sex 10h-18h, sáb 14h-18h > grátis
2. Gira
Gira é o nome da instalação urbana, de forma esférica e revestida com mais de 1500 martelos de São João coloridos, que promete ser uma das atrações das festas do Porto. Os autores da obra, o arquiteto Miguel Costa e o artista plástico Meireles de Pinho, ambos mestres em arte e design para o espaço público (membros do Micro Ateliê de Arquitetura e Arte), foram os vencedores do concurso de instalação artística urbana promovido pela Porto Lazer e Fundação da Juventude. O projeto foi pensado para que as pessoas entrem nesta “esfera de cores” e a façam girar “tal como nos baloiços antigos de ferro”. Fazer, aliás, com que “o cidadão se envolva nos projetos” é uma das preocupações dos dois criativos que, há dias, puseram o público do festival Imaginarius, em Santa Maria da Feira, a montar centenas de cadeiras de cartão.
Lg. S. Domingos > até 26 jun, seg-dom > grátis
3. São João Baloeiro
O balão com dez metros de 2015 não chegou a ser largado aos céus, devido ao vento. Este ano, porém, ambição não falta para que se volte a tentar a proeza. O mestre baloeiro Luciano Britto chega do Brasil para nos ensinar a construir balões de fogo (prática proibida por lá desde 1998) com papel de seda, arame e algodão com parafina. Daniel Pires, responsável pela associação Maus Hábitos, promotora do projeto, salienta a urgência de “consolidar este conhecimento que atravessa gerações”. E defende que esta arte deve chegar às escolas nas semanas que antecedem a festa, aproveitando a conjugação de disciplinas como geometria descritiva e física. Este ano será distribuído um guia para a criação de balões de fogo: o Mini Baloeiro Tool-Kit e, na noite de São João, serão largados 250 balões junto à Câmara Municipal do Porto.
Loja Axa > Av. dos Aliados, 195 > até 23 jun, ter-qui 10h-19h > inscrições: carmo.osul@maushabitos.com > grátis
4. Concertos na Avenida
Rui Reininho recorda que tempos houve em que atuar no São João “era quase um suicídio”. “Essa noite era da rua, do povo”, disse há dias. “Para mim, que cresci ao lado das Fontainhas, o chamado baile do ‘apalpa queque’, onde tive o prazer de me soltar das amarras da família, era sagrado.” Agora, os dias são outros e os Concertos na Avenida têm mostrado que a música funciona (e bem). O concerto, de 25 de junho, que junta os GNR, de Rui Reininho, Jorge Romão e Tóli César Machado, à Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana (com mais de 100 elementos em palco) promete. Com novos arranjos de temas bem conhecidos como Popless ou Pronúncia do Norte, o espetáculo assinala os 35 anos de carreira da banda e já passou por Lisboa, Guimarães e Mealhada. “Faltava o Porto. Era um dos 35 objetivos para este ano”, confessava Reininho na mesma ocasião. Antes, na noite de São João, de 23 para 24 de junho, serão os Xutos & Pontapés a fazer vibrar a avenida, logo após o fogo de artifício lançado junto à Ponte Luís I. Depois, no dia 24, será a vez da Banda Sinfónica Portuguesa.
Av. dos Aliados > 23-25 jun, qui-sáb > grátis
5. Regata de Rabelos
É uma das tradições mais antigas dos festejos de São João, quer chova ou faça sol. Há 33 anos que uma a duas dezenas de barcos rabelos, das principais casas de vinho do Porto, se lançam, no dia de São João (24 junho) nas águas do rio Douro numa disputa amigável pelos melhores lugares no pódio. No ano passado, a Cockburn’s – Symington Family Estates chegou em primeiro lugar, mas para a Confraria do Vinho do Porto, organizadora da iniciativa, o essencial é mostrar à população as embarcações que desfilam com as velas erguidas, numa festa popular. A prova é acompanhada por um barco com 300 convidados e respetiva chancelaria vestida a rigor, claro.
Rio Douro (Cabedelo – Ponte Luís I) > 24 jun, sex 17h > grátis