Olá, Júlia.
Daqui lhe escrevem a Luísa e o José Carlos, que foram conhecer aquela que foi a casa do seu avô, desde 2015 transformada em hotel rural com seis quartos espaçosos.
Regresso agora a este contacto para reforçar a mensagem de que fomos mesmo bem acolhidos durante a nossa curta estadia. E desculpem, a Júlia e os seus pais, se entrámos e saímos numa fona. A nossa profissão não nos permite aproveitar como deve ser os sítios, nem acompanhar os trabalhos rurais da quinta, como podem fazê-lo os hóspedes convencionais.
Mas deu para apreciar aquele jantar, no dia em que chegámos, cozinhado especialmente para nós: a carne grelhada no ponto pelo João Manuel, as batatinhas deliciosas da Maria do Rosário. Sabemos que estas refeições só acontecem por encomenda. Pois, então, é isso mesmo que recomendamos, sabendo de antemão que a conversa há de soltar-se em sintonia com os digestivos. Bem nos disse a Júlia: “Não tenho de mudar nada, só tenho de ser eu.”
O pequeno-almoço também não ficou atrás, e com aquela benesse de ser à hora que cada hóspede quiser, literalmente, como se de uma família se tratasse – as famílias têm destas coisas, cada um anda ao seu ritmo.
Se, dentro de portas, apreciámos o ar rústico da decoração e os espaços amplos, como a sala de estar (com bar honesto) e os quartos, lá fora ainda recordamos o amendoal ao longe e o que resta do milheiral. Bem sei que não vão voltar a plantar milho, mas é importante perceber que foi uma cultura de relevo na vossa herdade.
Entretanto, digo-lhe que já estreei a tábua de oliveira (da árvore que leva o meu nome), gabadíssima pelos amigos que a viram, e provei o azeite e o vinho que vendem na vossa receção e que trouxemos na bagageira, para que as memórias perdurem, mesmo que já não estejamos na região do Fundão. Cumprimentos a toda a família.
Quinta Ponte da Capinha > Estrada Municipal do Salgueiro, Capinha, Fundão > T. 96 281 2497 > a partir de €80 > www.quintapontedacapinha.com
AQUI À VOLTA
Serra da Estrela
A primavera é das melhores alturas para passear na maior serra de Portugal Continental, não esquecendo uma passagem pelas Penhas da Saúde, Covão da Ametade e Vale Glaciar do Zêzere. Há muitos trilhos para explorá-la a pé.
Passadiços do Mondego
Não ficam já ali ao virar da esquina, mas vale a pena despender quase uma hora para chegar ao início da nova atração desta zona do País. A experiência de percorrer 12 quilómetros rompendo pelo meio da Natureza vai fazer com que a viagem de carro se esfume rapidamente da memória.
Sortelha
Se há aldeia que merece o adjetivo “histórica” é Sortelha. Por aqui, não há cabos elétricos à vista, e a rudeza granítica da região é bem visível no casario e especialmente nos pedregulhos em cima dos quais o castelo foi erigido, mas também na muralha que circunda o povoado.